DÉCOR: COMO SERÁ AMANHÃ?
E quando acabar a discussão sobre a melhor tonalidade para as lâmpadas, das casas às ruas — e, mais provavelmente, o tom amarelado ganhar? E se o painel ripado de madeira nas paredes e nos móveis cansar de causar mais uma vez, décadas depois de seu auge no Modernismo, deixando de ser tendência de novo?
E no dia em que as formas curvas — agora chamadas unicamente de orgânicas — puderem novamente se confraternizar com outras, retas, em diferentes formatos de sofás? E no momento em que os pisos de tacos desenhados de madeira ou os ambientes com o chão revestido de mármores antigos, então recuperados, forem vitoriosos na luta contra sua substituição por cerâmicas estalando de novas?
E naquela década futura em que a arte tiver uma importância real e por igual para todos, sendo o que é, tendo seu devido valor artístico reconhecido, portanto muito mais do que apenas o tão falado toque de cor na decoração, às vezes por encomenda?
Neste mundo do décor, vivemos ligados a alguns conceitos tradicionais básicos e pré-concebidos, e tão importantes como a proporção e a simetria, em busca da harmonia, e também a modismos que resultam duradouros e que nos são impostos (pela indústria, pelo comércio, pela mídia? por arquitetos e designers de interiores? pela opinião alheia? e, atualmente, por influencers?), e que parece não poderem ser questionados. Mas podem!
Algumas dessas certezas surgem como a bola da vez — é o que está-se usando, é o que todo mundo (e quem é “todo mundo”?) quer, é aquilo que agora, como dizem, “faz sentido para você”, e pronto! A repetição de fórmulas por determinado período — normalmente, de forma didática, dividido em décadas — parece ser reconhecida, valorizada e utilizada de forma inconteste. Mas imagino que deva ser revista, analisada e questionada sempre.
Com orientação profissional adequada, bom senso, olhar atento e vontade própria, seria uma maravilha viver, daqui para a frente, uma época assim mais aberta e liberta de verdades definitivas e que são consideradas — nesse momento — cult e chic!
Não precisamos viver em uma casa cem por cento aconchegante, pois nela nem tudo tem que sê-lo. É cabível que também esteja ali aquilo que alegra, que chama a atenção ou causa estranheza para alguns, ou atinja os píncaros do bom gosto da atual estética mundial para os conhecedores. Que assim nos caiba decorar localmente, mas não somente, e junto agir globalmente e estar abertos, principalmente, para aquilo que nos agrada ter à volta, tanto para viver quanto para refletir o nosso jeito de ser, e como queremos ser percebidos.
Se existem fórmulas para isso também, é porque algum dia alguém as inventou… portanto há chances, pelo menos nesse campo, de cada um colocar em prática as suas ideias e desejos em seus interiores.
Façam isso, e boa sorte no Ano Novo.
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1 comments
…de cada um colocar em prática suas ideias ou desejos….. Sobre decoração ou estética decorativa, entendo pouco, mas entendo de como essas mesmas palavras podem mudar de ótica, e jogar luz sobre o “ interior” de cada pessoa. Será que falamos a mesma língua?
Quiçá! O interior estético pode ser o reflexo do interior psíquico? Grande chance!!
Gostei das palavras usadas no texto, mesmo se meu olhar esteja sempre vendo o “ sujeito”.
Um 2024 glorioso e especial!