Em São Paulo, o mercado de design se situa em dois polos distintos – um, na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, que congrega a maior parte das marcas do mercado de design do país, com lojas de móveis, tapetes, tecidos, acabamentos, toda sorte de produtos para a casa.
O outro é o Shopping D&D, com menor oferta de lojas, mas com marcas que se destacam no mercado. Porém outros jovens criadores estão buscando pontos distintos da cidade, para mostrar seus produtos em lojas e/ou espaços expositivos de grande atrativo visual.
Como a loja de Rodrigo Edelstein , um jovem e original designer que se instalou na Galeria Metrópole, no centro da cidade – espaço que está se tornando um grande centro de criativos das mais diversas expressões. As gavetas/prateleiras acima, em metal com 4 opções de cores, são de uma simplicidade maravilhosa, e conversar com Rodrigo é um prazer, pois ele é uma pessoa de fala suave e dogmas muito precisos.
Também é deste designer a mesa acima, formado por fragmentos e descartes de chão de fábrica. Apesar de seu aspecto brutalista, ela contém uma poesia em seu conceito que me encantou, em sua simplicidade absoluta. O espaço de Rodrigo também apresenta a cerâmica de Nydia Rocha, e as luminárias da foto a seguir são maravilhosas.
Parecem folhas de papel penduradas em lâmpadas, mas é uma porcelana fina, delicada, em tamanhos distintos, e a iluminação provocada por essas peças é suave, e a simplicidade desta peça faz um diálogo poderoso – apesar de silencioso – com as peças de Rodrigo. E o projeto expositivo deste local é extremamente bem resolvido, apesar da área diminuta.
Outro espaço com produtos extremamente originais é o Estúdio Niz, com peças pequenas, porém extremamente originais e bem executadas. E eu adorei as prateleiras acima, disponíveis em 3 tamanhos, não sei o porquê, mas me lembraram o trabalho do escultor Donald Judd. Gráficas, lindas e bastante decorativas.
Queria ter saído com umas 10 cestas da loja A Floresta, ainda na Galeria Metrópole. Feitas pelos povos originais, as cestas grandes têm preço bastante acessível. Esta loja também tem uns bancos indígenas maravilhosos, mas os mais bonitos infelizmente não estão à venda. Eu fui direto em um banquinho com desenho maravilhoso, e um outro antropomórfico, mas ambos eram da coleção do dono. E olha que eu tentei, pois sou maluco por estes bancos. Esta loja merece uma visita demorada, pois além dos objetos ainda tem uma livraria vasta sobre o assunto.
De lá fui parar no bairro da Barra Funda, para ver o acervo da Noda, uma loja que atende apenas by appointment. Uma curadoria muito original, em outro espaço pequeno, mas com projeto expositivo muito original. As jarras de borosilicato acima eram de uma simplicidade acachapante, não resisti de sair sem adquirir uma. Cerâmicas, vidros, porcelanas, pás e colheres de bambu, uma coleção pequena, mas toda desejável para quem, como eu, curte a cozinha e mesas bem postas.
E o que dizer das moringas acima, feitas em barro negro? Eu simplesmente adorei essas peças, pois além de terem um desenho quase ancestral, elas ainda se apresentam de forma extremamente decorativa. Elas têm um caráter de puro design maravilhoso, extremamente escultóricas em sua aparente simplicidade.
Eu já havia caminhado muito, então decidi terminar esse percurso pelo lado alternativo do design em um bar da região. E o Trago Bar, ainda na Barra Funda, foi uma surpresa para este apreciador de bons drinks. Este acima é um coquetel que leva Gin, pepino, limão siciliano, xarope de açúcar, sal e pimenta do reino. Imediatamente se tornou um de meus drinks preferidos, e o dia terminou deste modo, cheio de novidades para mim, um caminhante fervoroso pelos caminhos da criação.
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