ESSA TAL DE TENDÊNCIA

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No meio da Live, a pergunta vem firme e atinge como uma flecha: “quais serão as próximas tendências?”. Meu Deus! O que devo responder a uma pergunta tão direta, objetiva e pertinente quando o assunto é o décor?

Nesta hora me ocorre não colocar toda a responsabilidade unicamente nas costas e no talento dos profissionais (arquitetos, designers de interiores e de outros designs, paisagistas, cenógrafos, artistas plásticos, estilistas e tals) que irão participar da Modernos Eternos Rio, em sua estreia em setembro.

Atualmente este é meu assunto monocórdio, ao lado da mesma mostra em sua versão paulistana, a oitava edição da Modernos em SP, que acontece em seguida, em outubro deste ano. Compartilho com meu interlocutor* e todos da audiência eletrônica a minha própria dúvida, e devolvo um sonoro “Não sei!”.

Porque aí começam as questões. É que muitos não gostam da/s tendência/s no setor – e, portanto, nem de falar delas. Outros, incluindo arquitetos fundamentais no Brasil, acreditam mesmo e defendem ferrenhamente o fato de que ela/s não existe/m – tipo Isay Weinfeld, mestre. Mas é que fatores externos às técnicas por eles aprendidas (e também ensinadas), além de pensamentos bem alicerçados na profissão, não eliminam mudanças de rumo na arquitetura a partir mesmo de fatos tão inesperados (esquecemos, por conveniência e conforto mental, até  as pragas bíblicas desde o antigo Egito ou previstas por Nostradamus?), como uma pandemia, por exemplo.

Tranquilo: não vou falar de ressignificação da casa! Afinal, depois de um ano e meio desse lero-lero,  totalmente absorvido, já chega, né? Todo mundo entendeu no ato, e imediatamente ressignificou a sua, o que se traduz, basicamente, em estudar e/ou trabalhar na sala de jantar – não sei bem o que é isso, já que na casa de meus pais sempre existiu/existe um quarto chamado de “escritório” ou, no sul do país, de onde vem minha mãe, de “gabinete”.

Agora é hora de repensar, a meu ver, se a tal da integração dos ambientes é assim tão interessante. Fico imaginando se cozinha aberta, seus cheiros e ruídos; computadores e telefones inteligentes  ligados com seus sons hoje emitidos (das reuniões virtuais à dancinha brega); e mais o barulho natural da casa, emitido por crianças de todas as idades, pets e etc. não deveria determinar um novo-antigo layout da casa bacana. Sabe como? Quarto, living, sala de jantar, sala de almoço ou copa, jardim de inverno, e até escritório – OK, habemus home office…

Se é que vamos apresentar tendências, Thoni Litsz* (autor da flechada na minha alma profissional de curador), essas serão uma resposta ao que você classificou como o chamado “novo normal”, onde todo mundo, salvo nas exceções paradisíacas e caras, não viaja mais pro exterior. E aprendeu a fazer bolo, e passou a lavar prato, varrer o chão da casa onde se faz o exercício ou ensaiam-se os passos da dança, tem aula do colégio (sorry, “home schooling”, esta sim, uma forte tendência ao lado das citadas reuniões públicas ou privadas) ou de Harvard. Voltamos em novos tempos à era do Madureza, quando os dinâmicos cursos Ginasial e Colegial também eram feitos em casa, à distância dos bancos da escola, e ainda baseados em livros e apostilas impressos, e não em conteúdos digitais.

No décor, Thoni, conto pessoalmente com um novo (ou antigo) revestimento que substitua o modismo do painel ripado, coitado, abusado; também um novo pano de fundo para as conversas em vídeo que não sejam estantes com livros (afinal, por que mesmo?); com a diminuição do número de peças em exposição sobre toda e qualquer superfície da sala (lembre-se: você terá que mantê-las sem pó).

Você concorda?

Sergio Zobaran

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tag: tendência

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