Depois que nem tudo acabou – e, aliás, permanece em sua evolução natural -, a maioria resolveu se flexibilizar por conta própria. Para muito além da cor que classifica a situação de cada cidade, e das pequenas cotas de liberdade que nos são dadas a usufruir… e agora, José?
Atualizando: cansamos, enjoamos e banalizamos a situação e, depois de seis meses oficiais de isolamento social, até as novidades de comportamento, hábitos e costumes que nos impuseram (sem dor para quem se cuidou e/ou teve sorte), e com as quais nos distraíamos, deixou de ter graça – ou alguém aí gosta de cumprimentar de longe, passar álcool em gel repetidas vezes por dia, e usar máscaras, mesmo que sejam fashionable?
Exemplos na nossa área (afinal somos o Conexão Décor e falamos da casa): a busca das memórias nos baús e a exibição de suas preciosidades, das fotos aos objetos, nas redes sociais; a produção de cenários intelectuais com livros e o incremento no home office, para sair bem nas Lives; a compulsória ressignificação e rearrumação da casa para obter mais conforto e praticidade no confinamento – o que faria qualquer Big Brother perder o rebolado; a concentração nas aulas de tudo no computador, do físico Pilates até os ensinamentos de Harvard; o aprendizado via dicas fundamentais para praticar de outra forma o que nunca testamos antes: do ato de fazer a própria limpeza da casa até higienizar um cacho de bananas.
Tudo isso caiu na rotina e, para alguns, ficou chato ou até insuportável.
Para não enlouquecer, uma amiga buscou alternativas: fugir sorrateiramente para a garagem, fumar um cigarro escondido das câmaras, e depois entrar no carro, ligar o ar condicionado, aumentar o som e viajar em sua própria solidão, buscando um Nirvana inalcançável dentro de casa, com a convivência forçada junto aos companheiros familiares do infortúnio imposto.
Outros liberaram geral. Em busca de uma vida “normal”, foram pra rua trabalhar, treinar, almoçar, jantar, rir, se divertir, comprar, viajar até. Pode? Se com determinadas medidas e exames tomados (mas ainda não a esperada vacina), sim.
Mas até onde, até quando? E nesse dilema cada um tenta consciente ou inconscientemente obter grau máximo de resignação, de resiliência, mas tudo e até isso tem um limite.
Sugestões práticas: aproveitar essas questões para melhorar de fato seu grau de paciência, compreensão e entendimento do outro e do mundo que nos cerca; passar por cima de assuntos de menor importância e/ou não dar relevância ao que efetivamente não vai mudar sua vida ou o planeta Terra; usar ao máximo a criatividade sem perder a cabeça, pois não vale a pena exercer loucuras que poderão prejudicar você ou os outros hoje ou amanhã; simplificar de forma geral seu dia a dia; ser generoso com quem merece ou precisa, ou sempre; ser forte sem bater e ser tranquilo sem ingenuidade.
Porque, mal ou bem, a humanidade não mudou de uma hora para outra. A luz não apagou, o povo não sumiu por inteiro. Marchem, Joséxs, Mariaxs ou o que vocês forem, mas vamos todos procurar ser pessoas mais legais.
Não custa nada!
Google rápido: para Carolina Marcello, mestre em Estudos Literários e Interartes, o poema José, de Carlos Drummond de Andrade, em 1942, “ilustra o sentimento de solidão e abandono do indivíduo na cidade grande, a sua falta de esperança e a sensação de que está perdido na vida, sem saber que caminho tomar.”
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