QUE VOLTEM AS CORES DO ARCO-ÍRIS*

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“Se não fosse Van Gogh, o que seria do amarelo?” Mario Quintana 

Dizer que o brasileiro tem medo de cor na decoração é uma meia-verdade. Porque somos coloridos por nossa natureza tropical e essência nativa.

E dizer que os profissionais do setor – arquitetos e designers de interiores – é que têm este receio, é outra meia-verdade. Porque esses muitas vezes são obrigados, por diversas circunstâncias e clientes, a utilizar a neutralidade das cores menos coloridas – se é que se pode caracterizar assim algumas delas, como o festejado bege.

 Veja bem!

O Rio corrobora o branco como sua real tradução no décor por conta da claridade da cidade – assim como Miami, que também elegeu o branco como cor “oficial “e praticamente obrigatória no décor.

Assim como, em SP,  o preto e o cinza ratificam os interiores paulistanos por refletirem o aspecto circunspecto de uma cidade envolta por uma aura industrial e essencialmente urbana, de pouco verde e muita construção, a chamada selva de pedra.

 Mas será que tudo isso espelha verdades imutáveis?

Mais ou menos, pois o Rio poderia ser muito bem representado por seu verde da Mata Atlântica e do mar, ou pelo azul do céu e também do mar, conforme a praia, a estação do ano, e sempre por conta da luz. Mas não é!

E São Paulo, a cidade, também não pode carregar eternamente a pecha de ter que parecer uma sempre eterna Cubatão. Mas, nos interiores, muitas vezes é dark.

E pensem também que o Brasil não se esgota, em termos de estilos arquitetônicos, naqueles praticados neste eixo SP/Rio, em tempos de informação imediata de qualquer lugar do Brasil e do mundo para qualquer outra.

Presta atenção: não é possível que uma capital turística e outra financeira do País possam ou devam “exportar” um suposto bom gosto nacional para os outros estados.

Na prática: se nos anos 1960 a moda era usar a cor gelo dentro de casa, mas só nas salas (o resto era tudo colorido, e branco não existia), nos emergentes anos 1990, as casas da classe social que nascia eram pintadas em amarelo canário por fora.

E hoje vale tudo: de pintar cada ambiente todo de uma cor só, a fazer meias paredes de duas cores diferentes.

De manter o eterno teto branco a pintá-lo ou mesmo fazer dele um cenário com papel de parede… o que importa é o desejo de cada um em sua casa hoje tão vivenciada.

E que todos sejam felizes, até mesmo com o duo bege-branco, por que não?

A propósito, minha casa nova será em preto e branco como base, estofados em diferentes texturas de creme, e detalhes em verde.

Que tal?

Sergio Zobaran

*ilustração por Sergio Zobaran aos 4 anos 

 

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tag: sergio zobaran

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