TUPI OR NOT TUPI…*

0 Ações
0
0
0

Será que vamos aderir de novo aos móveis metálicos, brilhantes? E adotar mais uma vez as passamanarias, elementos decorativos tão clássicos, trazidos de volta aos estofados como sofás e poltronas, além das cortinas? E as cores fortes retornarão às paredes de nossas casas, enaltecidas, por exemplo setentista, em uma só parede?

Estas tendências anunciadas através de feiras, mostras e vitrines estrangeiras, e anunciadas em imagens de ambientes nos editoriais ou na publicidade pela mídia global, apontam caminhos nessas direções, sim — na Europa. O que não quer dizer que serão necessariamente adotadas por nossos arquitetos e designers de interiores em seguida. E talvez isso nunca aconteça mesmo…
Atualmente vemos — porque efetivamente temos —  uma forte e insistente corrente recheada de brasilidade no décor. Alçada pelo modismo politicamente engajado, de uma forma correta e assumida como orgulho nacional e quase uma obrigação, ela exalta valores, materiais e até cores da terra, em busca de uma identidade que reforça nossa ligação com o país em que nascemos e crescemos.
Será esse caminho atual tão difundido o único que está sendo ensinado ou incutido aos alunos dos cursos universitários do setor no Brasil? Será que precisamos manter um olho no padre e outro na missa, ficando sempre atentos ao que se passa à nossa volta neste mundo do décor para que ele não se vicie em um só estilo e se feche ao que acontece mundo afora?
A globalização da informação via internet nos leva de forma imediata a tudo o que possa ocorrer na face da Terra. E nosso olhar curioso pode e, porque não, deve ser atraído por aquilo que nem sempre temos à volta, por sua universalidade, originalidade, ou até pelo único e exclusivo fato de ser um treino do olhar sobre outros estilos — por que não?
Afinal, não temos obrigação de quase nada na decoração, hoje em dia, a não ser aquela incluída nas nossas vontades próprias de nos sentirmos felizes e confortáveis onde estamos e, também, num sentido estético, quando e onde temos o direito de olhar e querer aquilo de que gostamos e almejamos — contanto que caiba no bolso, é claro.
A sugestão, apenas, é que devemos estar atentos ao que nos cerca, e com olhar generoso ao que não conhecemos / dominamos, ao que nos é estranho e, por isso mesmo, talvez possivelmente mais interessante e rico do que está à mão, para se unir desta forma espontânea ao nosso repertório pessoal.
Design de Pedro Ávila
As regras deste jogo de preencher nossa vida doméstica de acordo com aquilo que precisamos, queremos e gostamos é, ainda e infelizmente, um privilégio que cabe a um número relativamente reduzido de habitantes do planeta. Mas como em quase tudo se pode tirar sempre uma grande lição…
vamos fazer um pequeno exercício de ser ou não ser? Eis as questões que podem ser encaradas de forma natural, sem problemas:
1. Pensar globalmente e agir localmente com o que se tem ao alcance;
2. Pensar fora da casinha, mas com os pés na terra, pois sonhar em excesso pode levar ao impossível;
3. Lembrar que estas suas escolhas de mobiliário, revestimentos e complementos para a casa não são roupas que se trocam diariamente, OK?
4. Não ter pressa: o timing do décor não é o de uma viagem, mas sim o de uma vida — ou de um trecho dela, porque mudar também faz parte;
5. Refletir sobre sua satisfação diária de viver cercado do que gosta e faz sentido para seus olhos e seu orgulho — ela também ajuda a autoconfiança.
* saiba mais sobre a famosa frase de Oswald de Andrade… dá um Google
Imagens:
Capa: Design de Juliana Vasconcellos
Demais: Pedro Ávila

Sergio Zobaran

Já segue a Conexão Décor nas redes sociais?

Siga o nosso Instagram e Facebook e acompanhe as novidades sobre decoração, arquitetura e arte.

 

 

Tag: móveis metálicos

comentários

0 Ações
Deixe um comentário
TAMBÉM PODE GOSTAR