A expressão é antiga, mas parece que está meio em desuso, não?
Pelo menos na minha experiência, durante o período de isolamento, não é assunto tocado nesse excesso de falação que reflete, além da distância, uma certa carência, uma baita ansiedade, uma repentina necessidade ou apenas uma saudade, o que é perfeitamente compreensível.
Eu tenho e sinto tudo isso, você não?
Acresce que o fato de trabalhar 100% com Comunicação justifica, pelo menos para mim, o fato de falar tanto e sem parar, como nunca na vida, nos últimos 70 dias!
De verdade, diante desse fato extremo e inesperado, de repente e agora sob pressão global e constante, queremos nos exprimir, botar pra fora o que pensamos, passamos, vivemos… só que nos mínimos detalhes. É aí que mora o perigo!
Através das redes sociais, ou mesmo de telefonemas – que voltaram à moda de uma forma atualizada, e até agora menos utilizada, as ‘indispensáveis’ ligações em vídeo, além de Lives e etc. -, todos sabem o que você está fazendo, inclusive naquele momento.
E surgem revelações surpreendentes: o que cada um come ou quanto ganha, intimidades de quase toda espécie e gênero ou, pelo menos, aquilo que agora é aceito socialmente, inclusive paixões antes recolhidas ou mesmo o último grito na moda para casa, do tipo: novas vassouras mágicas, fórmulas recém-inventadas para a limpeza caseira, receitas e mais receitas, tanto de comidas quanto de remédios que resolvem quase tudo, mas não completamente, infelizmente.
Surgem consultores de plantão: psicólogos inesperados, técnicos especializados, e até amigos esquecidos, e repentinamente interessados… e como estamos inexoravelmente impactados, ainda que de formas diferentes, caímos matando nesta rede para além da internet, que se mostra bondosa mas nem sempre é só do bem, não se iluda.
Porque, com ou sem vírus, caráter não muda, preste atenção!
E há luz no fim desse túnel. Se, no momento, nosso objeto de desejo maior é manter a saúde física, não podemos esvaziar nossas mentes (porque a saúde mental é tão importante quanto), mas sim preenchê-la de atividades que nos completem – por exemplo o trabalho, porque confinamento não é pra ser curtido como férias ou spa – e até nos iludam, trazendo um mínimo de sonho à nossa realidade tão ameaçada.
Busque nas suas memórias, nas suas conversas e no seu cotidiano repensar e reinventar, hoje tão cobrado pela sociedade, pensar e buscar mesmo realizar de verdade suas vontades mais imediatas, de preferência, ou a médio e longo prazos.
Nem que uma delas seja simplesmente sonhar ou mesmo admirar um objeto – que você provavelmente já tem – que foi um dia e volta a ser, sob o novo olhar, de desejo. O seu desejo. Se não resolve, traz conforto. Se não ajuda, não atrapalha.
Dê valor ao que você tem, da saúde ao sofá, das pessoas que dependem de você e daquelas de quem você depende. Fique bem e valorize quem você é e o que você tem. Certamente é o suficiente, pois o melhor objeto que você pode desejar é você mesmo.
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Imagem via Freepik
1 comments
Excelente texto. Muito bom mesmo. Parabéns.