João Armentano, o famoso arquiteto paulista, está mais feliz do que nunca com sua carreira. Acaba de receber dois prêmios internacionais de uma só tacada: o IF Design Award e o Red Dot Design Award, em ambos com sua linha de seis modelos de cubas Horizon, criada para a marca espanhola Roca.
“Foi um processo que aconteceu nestes últimos dois anos, durante a pandemia”, exulta Armentano, no “namoro” com os engenheiros da empresa, que resultou nestas duas premiações e abriu maiores possibilidades internacionais para seu design:
“Já imaginou as cubas sendo comercializadas na China, na Rússia, na Austrália… além do Brasil?”.
A pandemia, por incrível que pareça, fez o projeto evoluir e se desenvolver “com muito cuidado e carinho em sua elaboração”, ele relembra. E as peças, que já haviam sido premiadas na feira nacional FEICON, aqui no Brasil, como Best of Show, foram imaginadas e criadas para serem simples, “peças vivas que nos transmitem magia e sensações diferentes – graças à tecnologia e à técnica dos engenheiros da Roca – conforme o uso que temos delas, o horário em que as utilizamos, e da iluminação do dia ou artificial que recebem”.
A vida que as peças ganham, segundo João, refletem sua provocação no design que pode até parecer, “mas não é estático, rígido”. E acrescenta: “o que nos cerca tem que nos servir”, diz esse autor de outros produtos industriais no passado, como uma linha de cerâmicas para revestimento, e outra de roupas de cama, em busca sempre de formas e usos práticos e inteligentes.
Ao analisar, a meu pedido, sua trajetória profissional, o arquiteto que não assume o designer se transforma no amigo-confidente:
“Acho que o arquiteto-urbanista (como ele), ou paisagista, ou de interiores tem que rebolar e não pode se acomodar!”.
E conta um pouco mais de sua vida neste período recente:
“Conquistei horas, não perdi tempo, tripliquei as ações, as pesquisas e a parceria no design com o grupo espanhol. Ah, e voltei a pintar!”. Além disso confessa e antecipa: “Quero me renovar, rejuvenescer, viajar, voar em busca de novas matérias e materiais, quero criar um novo asfalto, desenhar um ônibus!”.
Puxando a brasa para a nossa sardinha, e falando de mostras de arquitetura e décor, João – que esteve conosco em todas as edições da paulistana MostraBlack, entre 2011 e 2015 – contou do convite para participar da primeira Casa Cor em São Paulo:
“D. Yolanda (Figueiredo) e D. Angélica (Rueda) me ofereceram o sótão de uma casa de ponta-cabeça. E compraram a minha loucura: fiz um espaço que agradou do banqueiro ao meu açougueiro. Você me conhece: fiquei feliz como estou hoje”.
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