Será que Artemia Gentileschi e Berthe Morisot seriam casos isolados de mulheres que deixaram um legado para a História da Arte?
O fato de não haver registros não quer dizer que as artistas mulheres teriam sido menores ou inferiores ou ainda que suas contribuições fossem menos significativas do que a dos homens, porém importa ressaltar que a História foi escrita por homens.
As artistas mulheres tiveram que transpor várias barreiras e a primeira delas foi a questão educacional. No século XIX, estudar em Paris era sinônimo de sucesso e projeção profissional, porém as moças até então, não eram aceitas nas instituições parisienses de ensino das Artes.
Em 1868 surgiu a Académie Julian, que inicialmente preparava somente rapazes para concurso da École des Beaux-Arts, cujas provas eram bem difíceis e o francês deveria ser fluente. Destaca-se que somente em 1897 a École passou a aceitar o público feminino.
A Académie Julian foi importante agente na inclusão das mulheres no universo das Artes, as aulas eram ministradas separadamente (dos rapazes) e as aquelas de modelo vivo, que se constituíam na maior restrição social, foi solucionada pela Académie, em uma ação bastante vanguardista para a época.
Em 1885, a Académie Julian contava com quatrocentas alunas e o único senão era que ali, as moças deveriam estar dispostas a pagar caro por “tantos privilégios”: as mensalidades e as anuidades para mulheres custavam, geralmente, o dobro das masculinas.
Algumas brasileiras tiveram acesso ao pioneirismo da Académie Julian e se tornaram grandes retratistas:
Após suas passagens pela Académie, Julieta de França se tornou professora particular no Rio de Janeiro e no Instituto de Surdos e Mudos e Georgina de Albuquerque também se dedicou à educação, integrando inclusive o corpo diretivo da Escola Nacional de Belas Artes nos anos 1920.
Matérias anteriores:
1- Mulheres na Arte – Berthe Morisot
2 – Mulheres na Arte – Artemia Gentileschi
Autores: Lourdes Luz e Nara Iwata (co-autora)
Lourdes Luz / Katia Souza / João Torres
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