Quanto vale uma amizade? No dicionário, o substantivo feminino traduz, entre outros sinônimos, afeição e apreço. Na prática de todxs, “não tem preço”. E é nessa definição comercial, atual e tão banal que me apego.
Ao longo da vida, somos apresentados à amizade de muitas formas. Na infância, em geral, começa através da aproximação àqueles que nos chegam naturalmente: os pequenos vizinhos, os companheiros da pracinha, os filhos de amigos de nossos pais, os colegas da escola. Até que a gente saia dela, ou se mude de casa, de bairro, de cidade – e de idade também.
Porque aí talvez comecem as diferenças, as individualidades que afloram, e as possibilidades maiores e variadas de nossas próprias escolhas. Ao longo da vida iremos exercer este sentimento, que é uma espécie de amor, utilizando os mais diferentes critérios. E talvez a afinidade espontânea seja o filtro mais comum. Escolhemos com quem queremos estar com mais frequência, rir e chorar junto, através da identificação mútua de desejos, hábitos e costumes, simples assim.
Os gostos que unem – da arte ao décor, da comida à roupa – podem até ser os mais distintos, tanto quanto os prazeres que possamos ter em comum: da bola ao balé, do time pelo qual se torce à música que se prefere, daquilo do que se fala até a própria maneira de se achar graça, do jeito ao gesto mesmo, porque tudo é legal, e nada parece um problema. Sim, porque a forma de encarar a vida de maneira quase igual à de outro alguém pode ser preponderante na hora de se definir a real manutenção da amizade.
Quem apresentou quem, quem deu algo a mais ou menos, ou se deu mais, quem foi mais ou menos atuante, presente, ou até insistente nos encontros constantes ou não, e pareceu desejar em maior intensidade a perpetuação deste tipo de amor e união, quem curtiu mais e fez os melhores comentários positivos, elogiosos ou incentivadores, de forma explícita e publica, nas redes sociais… bem, essa xaropada chatíssima não deveria ser tomada em conta com tanto rigor, em razão dos motivos mais elevados que conduzem uma pessoa a ter amizade com um ser normalmente similar a ela mesma.
Amizade, pelo menos para mim, não pode ter contabilidade, e envolver comparações ou quaisquer números; nem planilhas e suas análises ou resultados; ou mesmo diferenças tão grandes que promovam duelos, brigas ou afastamentos.
A amizade, sempre verdadeira – lembrete: não existe a menor hipótese de uma vertente falsa desse sentimento -, prevê e requer necessariamente uma entrega dos dois lados, e não deveria ser encarada como um desafio ou uma guerra entre os amigos. Já que estes poderiam ver, de forma óbvia e quase banal também, que a amizade tem em si as condições primordiais de ser para sempre, enquanto a vida nos permitir.
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