A cidade de Vassouras era o principal centro cafeeiro do Brasil monárquico, na qual, segundo os jornais da época, imperava o luxo, onde mulheres vestidas à moda parisiense iam ao teatro, frequentavam salões, saraus e festas.
No início do século XIX novas estradas foram abertas para ligar o Rio de Janeiro à Minas Gerais e ao rio Paraíba do Sul, uma das estradas abertas seguiu em direção a Serra do Mar cruzando o rio Paraíba do Sul, a estrada da Polícia, e foi as margens dela que começaram a se formar as vilas de Vassouras e Valença.
A povoado foi elevado à vila em 15 de janeiro de 1833 e compreendia as freguesias de N. S. da Conceição, Sacra Família do Tinguá e Pati do Alferes.
Hoje podemos andar pela cidade e apreciar os remanescentes de uma história importante para o estado do Rio de Janeiro.
Durante este período os Barões do Café construíram majestosas fazendas, além de palacetes de veraneios que impressionavam os viajantes estrangeiros pela vida que neles se vivia. No interior dessas residências imperavam o luxo e a grandeza, pelo reflexo dos espelhos biseautés, dos cristais venezianos, das baixelas de prata e ouro, pelas finas tapeçarias orientais e francesas e pelos móveis de jacarandá que impressionavam os próprios europeus.
Neste cenário de casas de nobre e barões se destaca a Casa da Hera cuja ocupação se dá, em 1843, após a união das poderosas famílias Teixeira Leite e Corrêa e Castro através do matrimônio ocorrido entre o Dr. Joaquim José Teixeira Leite e a Sra. Ana Esméria, estabelecendo uma aliança que fomentou a união do capital agrícola ao capital financeiro.
Com o casamento, o casal mudou-se para a residência, um dos principais palcos transitado por ilustres homens e mulheres da época. Cenário híbrido, onde se realizava festas e saraus, ao mesmo tempo em que se fazia comércio e se discutia finanças e política.
Esta casa possui diversos objetos, como mobiliário, decoração e uma importante coleção de indumentária, que ajudam a contar a história do apogeu das plantações de café no Vale do Paraíba do Sul, durante o século XIX.
Este museu-casa é considerado um exemplar significativo de habitação inserida no núcleo urbano da cidade de Vassouras durante o período supracitado. Tombado em 1952 como patrimônio histórico nacional, a Casa da Hera é a única residência da região que mantém, desde a época, o mesmo mobiliário e tratamento original de seu interior.
Pela sua história e acervo, ainda bem conservado vale a pena a visita a casa e ao seu jardim histórico igualmente bem preservado.
Enfim, Vassouras é uma cidade que guarda boas surpresas não apenas no núcleo urbano, onde edificações importantes estão passando por obras de restauro como a Casa do Barão de Vassouras, mas também é possível, a partir desta incrível cidade, visitar as fazendas históricas que se distribuem pela região do Vale do Café.
Uma forma interessante de conhecer de perto a história do Brasil.
Katia Souza
Lourdes Luz / Katia Souza / João Torres
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