Tenho lido bastante sobre arte urbana/arte de rua, tema que muito me estimula, pois, as ruas disponibilizam superfícies com limites fluidos, prontos para receber desenhos e textos. O conceito de arte de rua engloba um certo anonimato, transita entre o lícito, o ilícito, todavia IRREVERÊNCIA é a palavra de ordem!
Os muros são páginas em branco, que se “oferecem” para admitir mensagens cifradas, imagens, cujo os temas são diversos: raiva, conjuntura política, amores…
Acredito que três nomes de artistas-grafiteiros ou grafiteiros-artistas abriram portas para esta importante manifestação no universo da ARTE: Jean-Michel Basquiat, Keith Haring e Banksy.
BASQUIAT, um artista visionário que morreu aos 28 anos em 1988. Experimentei, num passado recente, a oportunidade de ter contato com parte de sua obra, com temas autobiográficos e fiquei bastante impressionada. Talvez, o que tenha me causado o maior impacto, refere-se ao item liberdade no exercício da pintura.
Apesar de Basquiat ter dito que não era um grafiteiro, creio que há uma grande proximidade de linguagens: está presente os símbolos de rua e da rua, os questionamentos e principalmente uma insolência e desacato.
O humor é subjacente a obra HARING, que desejava integrar a arte à vida da cidade. Em 1980, iniciou desenhando em estações de Metrô de Nova Iorque, construindo imagens com ritmo, que possuíam grande personalidade. Desenhava ainda sobre objetos descartados na rua, fazendo deste conjunto uma engrenagem, em 1988 descobriu que estava com AIDS e levou para a cena a sua doença.
BANKSY, mantem, até o momento, o anonimato, imagino que tenha como objetivo corroborar com a ideia de ilegalidade da arte de rua. Suas “pichações” começaram a surgir em Bristol, na Inglaterra, no final dos anos 80.
Utilizou a técnica de estêncil para garantir agilidade, seus desenhos possuem humor nas entrelinhas, porém carregados de conteúdo social e uma aversão aos conceitos de autoridade e poder vigentes.
Os três artistas tiveram suas obras catapultadas para o espaço sagrado das galerias, e como reflexão, transcrevo a frase de Banksy: “A arte deve confortar os perturbadores e perturbar os confortáveis”
Lourdes Luz
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Lourdes Luz / Katia Souza / João Torres
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