Somos três arquitetos e professores de História da Arte apaixonados por Cultura, Arte e História. Nosso objetivo é mostrar a arte e arquitetura através de narrativas do passado, criar correlações estéticas e estabelecer uma interação ativa com o presente. A nossa história, como equipe, teve início em Portugal, para onde convergimos interesses e reflexões. Por este motivo, o primeiro artigo para a Conexão Décor é uma homenagem a Lisboa – muito “giro”!
Caminhar por Lisboa é sempre uma surpresa: um beco que nos agarra; uma arquitetura que nos identificamos; um largo que surge quando menos esperamos. Se o cansaço bater, basta pegar os ônibus ou os charmosos “elétricos” (os bondinhos que muito lembram os do bairro carioca de Santa Teresa).
Em Alfama
Olhamos o mapa e decidimos começar o percurso por Alfama, pois faz sentido darmos o “start” no bairro mais antigo da capital. Usando o “bonde 28”, é possível subir as estreitas ladeiras e ruelas – tão estreitas que a gente pensa: agora não vai dar para fazer a curva!
Sé de Lisboa
Neste caminho encontramos a Sé, que mais parece uma muralha medieval, vimos as Ruínas do Teatro Romano e entramos no Castelo mouro de São Jorge – são muitas histórias que se cruzam ao som do fado, uma música lindamente triste, mas cantada com muita paixão.
Perder-se nas ruelas labirínticas de Alfama tem o seu valor, afinal, algumas têm menos de 1 metro de largura. Quando menos se espera, surge uma igreja! Quando é impossível de acreditar, brota uma muralha medieval no meio do caminho! É assim que encontramos a Torre de São Pedro, num simpático largo no meio de um labirinto estreito.
Na Baixa
Terreiro do Paço
Na volta, depois de passar por vários mirantes e tirar belas fotos panorâmicas, paramos no Terreiro do Paço ou Praça do Comércio – a porta de entrada, o coração da cidade – que tanto lembra a nossa Praça XV no Rio de Janeiro.
Ruínas do Convento do Carmo
Atravessamos o arco em direção à Rua Augusta que liga duas importantes praças: a do Comércio e a Praça do Rossio mais à frente. No caminho encontramos o Elevador de Santa Justa que nos leva às ruinas do Convento do Carmo, onde podemos ver o requinte de uma igreja medieval (o convento foi destruído parcialmente no terremoto de 1755 e nunca foi reconstruído – hoje é um museu bem interessante).
Praça D.Pedro IV com o Teatro D.Maria II
Ainda na Baixa, chegamos a Praça do Rossio ou Praça D.Pedro IV (o nosso D.Pedro I), cujo o piso inspirou o calçadão de Copacabana. É cercada por edifícios elegantes do século XIX, “coroada” pelo Teatro D.Maria II – Pai e Filha no mesmo espaço da cidade
Em Belém
Mosteiro dos Jerônimos / Torre de Belém
Chegamos em uma região rica em cultura e história.
O Mosteiro dos Jerónimos é o reflexo do poder “além mares” dos portugueses. Isso porque a construção teve início em 1501 para celebrar o retorno da viagem de Vasco da Gama, na qual descobriu o caminho marítimo para as Índias. Caminhando pela beira-rio chegamos à Torre de Belém, um símbolo arquitetônico da cidade que vale a visita. Construída a partir de 1514, era o ponto de partida dos navegadores para novas rotas comerciais.
Museu dos Coches
Um lugar que poucos turistas acreditam no seu potencial é o Museu Nacional dos Coches. Ele nos transporta para o passado por meio de incríveis carruagens, que ficam no edifício projetado por um arquiteto brasileiro, Paulo Mendes da Rocha.
Seu acervo é surpreendente, pois até as carruagens podem ser vistas como obras de arte. São verdadeiros carros-escultóricos, ou melhor, são carros-alegóricos: praticamente um carnaval no quesito explosão de formas, cores e tamanhos.
Quem pensa que Lisboa só vive de seu passado?
O Centro Cultural de Belém abriga a Coleção Berardo, reconhecida pelo valor de suas obras de referência que acompanham os principais movimentos dos séculos XX e XXI das artes plásticas – o edifício é bonito e as exposições ótimas de ver. Para aqueles que gostam de fazer caminhadas, o Palácio Real da Ajuda é um ótimo destino. É uma sóbria edificação, porém inacabada porque a família real o abandonou quando se exilou para o Brasil, em 1808.
Antes de continuar o passeio, uma parada para comer um, ou dois ou vários pastéis de nata, no tradicional Pastel de Belém, com vinho do porto é uma boa pedida. Afinal, isso não pode faltar em Portugal.
MAAT
Para quebrarmos com as linhas sóbrias das antigas arquiteturas do bairro, fomos conhecer o MAAT, Museu de Arte Arquitetura e Tecnologia: um edifício arrojado com suas linhas curvas de revestimentos cintilantes e com exposições que quebram modelos e normas.
A escadaria do MAAT se torna uma arquibancada para descansar e admirar o Tejo. Sua arquitetura discreta e delicada harmoniza muito bem com o bairro antigo. As linhas sinuosas do museu navegam junto com as ondas do Tejo. Um diálogo entre obra de arte e a natureza.
Há muito o que fazer em Lisboa e viajar é descobrir novos lugares e culturas com boas surpresas.
Lourdes Luz
Lourdes Luz / Katia Souza / João Torres
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