Copacabana Art Deco
Quando falamos e pensamos sobre nossa cidade, nos vem à cabeça imediatamente imagens como o mar, as praias, montanhas, florestas, o bondinho do Pão de Açúcar…
… mas também temos muita história por aqui.
Sabemos que a cidade foi colonizada principalmente por portugueses, mas em determinados momentos sofreu influência da Itália, Alemanha e da França.
A ascendência francesa é uma das mais marcantes, tendo início com a chegada da família Real Portuguesa no Brasil, no início do século XIX.
A corte portuguesa trouxe com ela muito da moda e do imaginário francês e durante muito tempo essa influência permaneceu concentrada na nobreza local.
Somente na década de 30, já no século XX, o desejo de “ser francês” se populariza. E isso fica bastante evidente, principalmente, através da arquitetura e da moda.
Na Moda: mulheres de cabelo curto, colares de pérolas, vestidos soltinhos, de cintura baixa, com piteiras, circulavam pelo Rio de Janeiro, mostrando o gosto francês no Brasil. A Casa Cavé, no Centro da cidade, por exemplo, passou a ser um ponto de encontro para moças e rapazes nessa época.
O sexo feminino começou a dar o ar da graça nas sessões de cinema exclusivas para elas, em que se perfumavam a sala com essências francesas e depois essas moças tomavam um chá com as primas, irmãs ou amigas.
E por que Copacabana?
Porque este bairro estava atraindo ricas famílias, era uma área considerada “chique”. Outros bairros como Flamengo e o Centro também possuem edifícios com linguagem Art Deco, mas em Copacabana a concentração é bem maior, é possível esbarrar com vários exemplares de rica volumetria e portarias luxuosas com mármores, granitos coloridos e metais dourados. É o glamour parisiense no Bairro!
O Art Deco é mais popular do que se imagina: o maior cartão postal da cidade do Rio de Janeiro, o Cristo Redentor, é Art Deco. Sua inauguração aconteceu em 12 de outubro de 1931. Foi projetado pelo engenheiro Heitor da Silva Costa e contou também com a colaboração do escultor Landowski. Sua caracterização Déco, se dá desde a concepção da estátua em si, ao tratamento geométrico e verticalidade criada pelo panejamento.
Assim como industrialização foi essencial para a popularização do Art Deco, o cinema contribuiu para que o desejo pela modernidade atingisse um público muito grande.
No Rio de Janeiro as salas de Cinema eram um sucesso, a começar pelos Cine Metro’s (Passeio, Copacabana e Tijuca). Os grandes foyers recebiam as damas e cavalheiros muito bem-vestidos, para as sessões de Cinema produzidos pela MGM. As salas de espera (foyer) eram espaços para “ver e ser visto”.
Hoje, não temos mais o Metro em Copacabana, mas o Cinema Roxy (mesmo desativado, temporariamente?) deixa evidente suas linhas arrojadas, revestidas de granito e mármore, compondo um jogo de claro X escuro e metais dourados. Originalmente o cinema Roxy contava com 2000 lugares na plateia e 700 nos balcões.
Para finalizar nosso “circuito”, podemos ainda tomar um chopp no Bar Lagoa, mas é importante prestar atenção na ambientação Deco, evidenciada pelo revestimento de piso e parede, além das luminárias. Existe um jirau, que originalmente abrigava a orquestra que alegrava os frequentadores do local.
Tim -Tim!
Texto: Lourdes Luz com colaboração de Nara Iwata
Lourdes Luz / Katia Souza / João Torres
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