Apartamento de 34 m² assinado pela Andrade & Mello Arquitetura é exemplo de funcionalidade
Arquitetos priorizam a amplitude visual, facilidade para o dia a dia e apostam no estilo urbano e minimalista para o primeiro apartamento do jovem morador
A integração com a varanda garantiu maior amplitude visual para o apartamento. | Fotos: Emerson Rodrigues

Qual o tamanho do seu sonho?
34 m² era a medida certa para o jovem morador deste apartamento.
Com 28 anos, buscava no primeiro apartamento a independência para assistir suas séries preferidas, jogar videogame quando sobra um tempinho e ter um lar para voltar, quando aproveita o tempo livre para suas adoradas viagens.
Para traduzir os anseios do jovem e ajudar a tornar o desejo realidade, os arquitetos Renato Andrade e Erika Mello, do escritório Andrade & Mello Arquitetura, entraram em cena.
Por ser um apartamento pequeno, ele não acreditava que seria possível colocar todas as suas ideias na metragem disponível e por isso buscou os arquitetos para otimizar cada área ao máximo.
“Nós fizemos o apartamento de uma amiga dele um ano antes e ele gostou das soluções que demos para a pouca metragem. Ele estava saindo da casa da família e buscava um espaço que o representasse e atendesse suas necessidades mínimas”, conta Renato.

Entre os desejos do jovem, a necessidade de ter um quarto separado dos demais cômodos era a número um.
Por isso, setorizar o apartamento foi a primeira demanda do projeto.

“Assim, optamos por alocar a área social (cozinha e sala) na varanda, e o espaço íntimo ficou mais reservado na área pré-definida pela construtora. Não usamos divisórias, os próprios móveis delimitam cada espaço, garantindo amplitude”, fala Erika.
Na área íntima, os arquitetos posicionaram uma cama de casal convencional e um armário para closet fechado, que abrigou também uma pequena área de serviço, com máquina de lavar, espaço para acomodar vassouras, tábua de passar, varal de piso e produtos de limpeza.
Ao lado fica a geladeira, liberando maior área na varanda para a bancada da cozinha e o cooktop.

Como mudança no layout do apartamento, a proposta dispensou paredes entre quarto, cozinha e varanda – esta ganhou fechamento de vidro para aumentar a área útil interna e teve o piso nivelado ao restante dos ambientes.
Certos de que menos é mais, Renato e Erika lançaram mão apenas dos móveis necessários para atender o dia a dia do morador, investindo em um conceito mais minimalista, que traz a sensação de que o imóvel é maior.

“Já que temos um espaço totalmente integrado, optamos por materiais mais urbanos, que imprimissem as características do morador – jovem e moderno, que gosta de coisas simples”, fala Renato.

Na varanda, a vista privilegiada do 12º andar ficou convidativa para o espaço de receber.
Na sala de estar, o sofá (Tok&Stok) com quatro módulos se junta às cadeiras da mesa permitindo que o morador acomode com conforto oito pessoas.
“Para conseguir tantos lugares, parte do sofá avança para o quarto, mas sem inviabilizar a circulação, e assim ele pode receber sem que as pessoas precisem sentar na sua cama – que era o que mais o incomodava”, explica Renato.
O móvel ao lado do sofá atende duas funções, esconde a condensadora do ar condicionado e serve como rack para o decodificador da TV, videogames e um minibar.
A estante sobre o sofá armazena os livros e recordações das viagens.


O banheiro, que por não ter janela recebeu revestimento em todas as paredes para facilitar a limpeza e manutenção.
Trocamos os revestimentos, abrimos um nicho na parede do box para liberar mais espaço, substituímos a pia entregue pela construtora por uma bancada esculpida no mesmo porcelanato das paredes.
Um móvel abaixo da pia e prateleiras suspensas na parede facilitam o acesso aos produtos do dia a dia.
“O box articulado é uma excelente solução para espaços pequenos, pois, permite uma maior abertura”, conta Renato.


Os arquitetos pensaram num projeto luminotécnico (Yamamura) que dispensasse o forro de gesso na área do quarto e aproveitando o forro da varanda.
Um trilho em “L” com spots direcionáveis de lâmpadas dicróicas atende a área do closet e um pedaço da sala.
Ao lado da cama há uma arandela para leitura.
Na cozinha e sala a opção foi usar embutidos direcionáveis de lâmpadas PAR20.
Sobre a bancada da cozinha, a fita de LED ajuda a iluminar a área de trabalho.
Enquanto o sofá conta com uma arandela articulada e direcionável, que serve como abajur para as leituras.
“Gostamos de trabalhar a iluminação de forma cênica, pensando sempre nas diversas formas que os espaços podem ser utilizados e assim o morador terá opções de luz para quando chega em casa”, finaliza Erika.

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Celina Mello Franco
Liliane Abreu