Um sopro de felicidade

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Depois do imbróglio em que o governo se meteu incluindo o Palácio Capanema no rol de bens a serem leiloados, um sopro de felicidade é saber que um dos mais bonitos prédios do Rio está sendo restaurado.

No caso do leilão, a repercussão foi tão negativa que o prédio que abrigou o Ministério da Educação foi rapidamente retirado da lista. No caso do prédio Praia do Flamengo, que está em processo final de tombamento, foi o condomínio que resolveu dar vida nova ao edifício construído em 1925, restituindo sua beleza original.

Projeto do arquiteto francês Joseph Gire (1872 – 1933), que veio ao Brasil a convite de Octávio Guinle – um dos homens mais ricos da época – ele também deixou ícones arquitetônicos no Rio de Janeiro como o Copacabana Palace, o Edifício A Noite, o Palácio das Laranjeiras, o Palacete Lineu de Paula Machado (atual Firjan) e contribuiu para a verticalização da cidade usando padrões modernos de construção como o concreto armado.

O edifício Praia do Flamengo, que a princípio se chamou Edifício Guilhermina Guinle e recebeu o apelido de Palácio de Areia, tem um estilo eclético, haussmaniano, era o mais alto prédio da zona sul e ficava bem de frente ao mar. Sua estrutura foi feita em argamassa pintada e ornamentada segundo o estilo Luiz XVI, com coberturas em mansardas renascentistas de ardósia onde se localizam as famosas chambres de bonne.

Há quase um ano coberto pelas telas de proteção, as obras tiveram início para sanar um problema estrutural nas marquises que ficam bem perto da calçada.

Estávamos preocupados com a segurança dos transeuntes e quando o conserto estava quase acabando, o condomínio resolveu restaurar toda a fachada“, conta o arquiteto Ronald Goulart, proprietário de um dos apartamentos dos dez andares do imóvel, que pertenceu anteriormente ao escritor João Cabral de Melo Neto.

O restauro está sendo feito por um escritório de arquitetura especializada, credenciada pelo Patrimônio, que vem acompanhando as obras. Houve muita pesquisa in loco e raspagens para descobrir as cores originais.

“Depois dessa prospecção o projeto foi submetido ao patrimônio para aprovação e em seguida à prefeitura e com todas as licenças passamos para a fase de orçamentos com construtoras especializadas“, explica o arquiteto.

Estão sendo recuperadas as balaustradas, as corniches, os frisos que, ainda mais por estar o prédio exposto à maresia, foram dilatados ao longo do tempo.

“Os capitéis de coluna e as balaustradas estão sendo refeitas e as cores originais voltaram para alegrar o conjunto. Descobrimos que no início muita coisa tinha um tom ocre, amarelado. Acho que era o toque tropicalista que Gire acrescentou.”, diz Goulart.

Outra descoberta que animou os moradores foi a placa de mármore na entrada, na altura da portaria, que tem o nome do arquiteto e da construtora, E. V. Pederneiras e estava praticamente soterrada por camadas de tinta.

Quem conhece e aprecia a arquitetura do imóvel ainda tem que esperar mais um pouquinho para ver o conjunto todo pronto. Aí a noiva vai tirar o véu para deslumbrar ainda mais a paisagem carioca.

Suzete Aché

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