Com inúmeras possibilidades de alterações, o banheiro costuma trazer consigo muitas dúvidas e inseguranças quando a ideia é transformar ou, simplesmente, dar um UP no espaço. Afinal, até onde é possível intervir em um cômodo com tantas camadas e ligações tubulares? “É uma reforma complexa, pois mexe com hidráulica, impermeabilização e assentamento de revestimento”, analisam as arquitetas Claudia Yamada e Monike Lafuente, responsáveis pelo escritório Studio Tan-Gram.
Porém, elencar alguns tópicos e entender os processos pode deixar as etapas da reforma do banheiro mais tranquilas e objetivas. “Primeiro, vale entender as condições do ambiente, se as tubulações estão boas ou se precisam ser trocadas”, inicia Monike. A mesma premissa vale para louças, bancadas e acabamentos – verificando se os revestimentos ainda estão bem fixados na parede; se a cuba e a bancada estão de acordo com as necessidades dos moradores, e assim por diante.
Para essa readequação, alguns ajustes no layout podem ser necessários, como a inversão do local da porta, da posição do vaso sanitário, da bancada ou do box. Contudo, algumas demandas podem ser solucionadas com incisões mais pontuais, como uma troca de revestimento, metais, louças ou até mesmo uma pintura.
Confira, a seguir, quatro tópicos centrais para entender a dinâmica que envolve a reforma do banheiro e os caminhos necessários para cada demanda:
1. De olho no sistema hidráulico
Uma das preocupações mais recorrentes quando se pensa em reformas no banheiro diz respeito ao sistema hidráulico, que é o sustentáculo do cômodo e permeia a base da construção. Por isso, é comum acreditar que qualquer interferência na planta original possa causar estragos ou mesmo uma alteração em todo o sistema interno. Segundo a dupla do Studio Tan-Gram, não é sempre assim: “Se for uma reforma mais pontual, como em revestimento, ou só pintura, dá para manter o sistema hidráulico”, explica a arquiteta Claudia Yamada.
Porém existem ressalvas, onde é necessário mudar esse sistema, como complementa Monike Lafuente: “Se você vai trocar um misturador por um monocomando ou se a tubulação é antiga, se você vai modernizar um banheiro antigo, que era de válvula hydra, agora vai colocar caixa acoplada, tudo isso muda o sistema hidráulico”, elenca.
Para ambos os casos é de extrema importância a presença de um profissional de arquitetura, afinal, como salientado anteriormente, existe um sistema hidráulico que precisa ser levado em consideração mesmo que o objetivo da reforma não seja uma mudança intrínseca.
Outra questão essencial na etapa relacionada à hidráulica é verificar e garantir que esse sistema continue funcionando. E, por ser uma área molhada é essencial verificar os detalhes, como se o ralo está escoando corretamente e se não existem vazamentos nos canos e tubos.
2. Substituição de Revestimentos
Outra opção a ser analisada, caso a reforma não precise necessariamente mexer na parte hidráulica, é avaliar se uma troca de revestimentos suprirá as necessidades dos moradores e conseguirão criar um novo cenário.
Nesse tópico, as arquitetas orientam que deve ser evitado instalar o revestimento novo sobre o antigo, uma vez que cada um possui suas especificidades e seu material característico. Por esses e outros motivos, a troca e o assentamento de revestimentos devem ser feitos por um profissional, para que não afete o sistema hidráulico e nem comprometa o orçamento da obra com retrabalhos. Veja exemplos de projetos onde os revestimentos ditaram a decoração e sua mudança criou ambientes personalizados e estilosos:
3. Pintura: uma maneira mais acessível de renovar o ambiente
Uma ideia mais econômica e menos invasiva para quem busca uma renovação simples e efetiva no cômodo, ansiando apenas por uma repaginada pontual, é contar com o poder de uma pintura bem executada. “É uma ação pontual, eficaz e bem interessante que dá para transformar o ambiente”, define Monike. A profissional já recorreu à pintura para conseguir assegurar os ensejos dos moradores, evitando mudanças profundas na planta. Imagem acima, um projeto onde a pintura deu uma nova cara ao cômodo e mudou a estética.
4. Marcenaria bem pensada: item que sempre dá um efeito especial
Nesse contexto, contar com uma marcenaria linda, colorida ou neutra, também contribui para a mudança do ambiente. Sem contar que o móvel sob a bancada da pia organiza de tudo, enquanto a opção superior, em geral, combinada ao espelho, traz amplitude e também contribui para o visual e praticidade do banheiro. A marcenaria pode reunir gavetas, gavetões, nichos e prateleiras, criando uma nova roupagem para o ambiente sem a necessidade de quebra-quebra. “É muito comum conseguirmos aproveitar a bancada existente e conquistar um novo visual adicionando uma marcenaria colorida, por exemplo. Adoramos!”, explica Monike Lafuente.
Projetos: Studio Tan-gram
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Celina Mello Franco