Reforma na casa da infância da arquiteta Bia Hajnal, na represa de Guarapiranga (SP)

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A arquiteta Bia Hajnal teve o desafio de desenvolver um novo projeto com um significado único: a casa dos avós onde passou parte da sua infância, na represa de Guarapiranga, São Paulo.

A reforma tem um contexto muito especial, pois a construção foi feita pelo meu avô, o arquiteto Fritz Rosenthal, na década de 60. Foi simbólico poder trabalhar adequando a casa às novas necessidades e tecnologias, mantendo a essência e características propostas na origem”, revela a arquiteta, que tornou a residência da família um ambiente sustentável.

Sala com lareira
Fotografia: Júlia Ribeiro
Sala com lareira
Fotografia: Júlia Ribeiro

O projeto foi montado com um sistema de aquecimento de água com a placa solar e sensor de temperatura integrado à automação, permitindo o controle de forma remota. Pensando em sustentabilidade, Bia também propôs a troca de lâmpadas, ar-condicionado Inverter, placas solares e boiler mais modernos.

O terreno é um declive com três níveis: o primeiro, no nível da rua, com sala, varanda, cozinha e uma suíte. No nível inferior estão  as duas suítes, lavabo, escritório, churrasqueira e jardim. O terceiro nível, abaixo da laje do jardim, foi transformado em área de lazer com spa, vestiário e piscina.

O projeto original passou por ajustes, incluindo uma grande fundação em 1977 após um deslizamento de terra. Em 2009, a arquiteta modernizou as instalações hidráulicas, elétricas, banheiros e área social. “Por último, propus a área do spa, com saunas e a piscina, que era um grande desejo da família toda há tempos. Sem extensão no terreno externo,  decidimos por uma piscina indoor mesmo”, revela.

O Spa foi o grande motivador para toda a reforma: nele foi construída uma sauna úmida de 3 m², e uma sauna seca de 4 m², todas em vidro, que mantém a amplitude visual e acomoda tecnicamente os dois espaços.

“Foi um projeto desafiador e bem específico, para adequar a temperatura das saunas com esquadrias de vidro (e maior perda de calor), trabalhar a iluminação de forma uniforme dentro e fora da sauna, e construir uma piscina de concreto armado, com fundações e estrutura independentes da estrutura da casa, além da ampliação da área para acomodar o lavabo e a casa de máquinas”, explica ela.

Churrasqueira
Fotografia: Júlia Ribeiro
Churrasqueira
Fotografia: Júlia Ribeiro

A área de lazer foi estendida para acomodar uma mesa de dez lugares, geladeira, churrasqueira a gás, poltronas de balanço e uma ducha. “Criamos o pergolado de madeira Cumaru que ‘abraça’ a estrutura central de concreto revestida com o mesmo porcelanato aplicado na casa toda”, conta. Foram plantadas ainda trepadeiras tipo Jade que cobrirão a área de vegetação e flores pendentes.

Cozinha americana e sala
Fotografia: Júlia Ribeiro
Cozinha americana e sala
Fotografia: Júlia Ribeiro

O porcelanato, vidro e madeiras com o contraste do verde revelam um estilo contemporâneo, com mais luz natural. “Trabalhamos bastante a iluminação, principalmente na área externa e no spa. O novo projeto de paisagismo valorizou as árvores e o pergolado recebeu luz indireta para realçar as formas”, explica a arquiteta. Como a região é considerada muito úmida, foram escolhidos materiais resistentes e ventilação cruzada.

Varanda para a área externa
Fotografia: Júlia Ribeiro
Quarto infantil
Fotografia: Júlia Ribeiro
Mesa de cabeceira e cama
Fotografia: Júlia Ribeiro

A arquiteta decidiu manter peças de valor afetivo como parte da decoração. “Tem a escrivaninha do meu avô na suíte superior e algumas mesas de cabeceira. Mas o destaque são os quadros pintados pela minha mãe, que era artista plástica”, revela.

Embora concluído com êxito, o projeto teve diversos obstáculos no caminho: “A própria estrutura da casa, de alvenaria sem pilares, restringiu bastante as demolições e ampliação dos ambientes. Outro desafio foi a implementação da automação com equipamentos extremamente sensíveis, sem falar na questão da pandemia. Iniciamos a reforma  em março de 2020, bem no auge da Covid 19, e tivemos que parar algumas vezes por falta de matéria prima, aumento dos preços e dificuldade de mão de obra. Felizmente, no final deu tudo certo!”, conclui ela, aliviada.

 

Projeto: Arquiteta Bia Hajnal

Fotografia: Júlia Ribeiro

 

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Celina Mello Franco

 

TAG: Guarapiranga

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