Sem listas, mas cheia de conceitos, conheçam a opinião de arquitetos sobre os novos rumos da decoração.
Aquele assunto que infernizou nossa vida durante mais de dois anos já deu, certo? Virada a página, todos os que se interessam pela arquitetura, decoração e design se perguntam quais são as novidades. Não dá pra fazer apostas, até mesmo porque o trend de hoje é o cringe de amanhã (ou até mesmo o termo cringe pode já ter se transformado num mico). Mas a unanimidade entre os arquitetos consultados não foi cor nem estilo, mas o Aconchego.
“Em tempos tão duros pelos quais passamos o que conta é o conforto, o aconchego e os itens de memória. Tudo isso nos dá o “colo” que precisamos para relaxar, respirar e seguir em frente“, afirma Ronald Goulart, acrescentando que “isso é o que domina, não há espaço para o descartável, o fortuito, a ostentação e o modismo”.
A arquiteta Manuela Santos faz coro “O que está em alta no momento é o conforto, a praticidade e a funcionalidade dos espaços. Cada vez menos vemos ambientes vitrine e abrimos espaço para os aconchegantes e que reflitam a personalidade dos moradores”.
Mais enfáticas, Cacau Magalhães e Elizabeth Amaral, sócias do CER Arquitetura de Interiores afirmam que o trend de 2023 é definitivamente o… aconchego! “ Seja nas formas naturais e orgânicas ou nas texturas agradáveis ao toque, é tudo o que nos leva ao bem-estar e invadem nossos sentidos”.
Mabel Graham Bell e Juliana Neves de Castro, da Duplo Traço acreditam que as formas orgânicas são um caminho natural aberto pelo conceito de aconchego. “Elas nos remetem ao abraço, acolhimento, e também uma certa liberdade de posicionamento no ambiente. E quando o móvel é associado a tecidos macios e volumosos como o buclê em cores claras além dos brancos, sugerimos os cinzas e rosados”.
Essa linguagem dos elementos naturais está em alta e é notado por todos. Então, continuam os sofás e mesinhas redondas. Abaixo as arestas! “Eles se encaixam, fluem no espaço e nos permitem flanar mais livremente pelos ambientes. Já temos muitas coisas em que nos bater e tropeçar atualmente” pontua Ronald Goulart.
Só não pensem que existem modelos de mesas, cadeiras, luminárias que estarão na ordem do dia. Percebemos uma repetição de elementos que fazem os ambientes se parecerem, mas misturar antigo e novo, repensar velhas fórmulas que não acrescentam e só pasteurizam já é bom caminho.
E a pergunta que não quer calar: afinal, cariocas gostam ou não gostam de dias nublados? Inegável a atual paixão pelo cinza e preto em paredes e fachadas, que apareceram atrelados ao estilo industrial, junto com o concreto. Mas continua?
“O estilo industrial, nos trouxe elementos com muita força na decoração que ultrapassam o próprio estilo. E hoje são utilizados de uma maneira mais simples e leve, como por exemplo o perfil metálico, que ganhou outras dimensões, transitam em todos os estilos, assim como o concreto. As cores cinza e preto, ainda são muito utilizadas e não mais atreladas ao estilo industrial efetivamente”, acredita a CER Arquitetura.
Ronald Goulart vê essas cores como coringas. “Do pretinho básico aos 50 tons de cinza, elas sempre estarão ligadas ao minimalismo, ao maximalismo, ao industrial e a tantos outros estilos de decoração. São clássicos e eternos“.
Mas não fique triste se as cores forem fundamentais para sua vida. Manuela Santos indica o verde (olha a natureza influenciando), azul, goiaba e os tons terrosos.
Uma boa observação da Duplo Traço são as misturas de cores bem equilibradas entre paredes, mobiliário e objetos para trazer um astral de luz e boas energias.
Elizabeth Amaral, que esteve na Feira de Milão, cita o espaço da Paola Lenti, que utilizou as cores de forma ousada e fascinante. “Mas percebemos que dentro desse universo multicolorido ela faz uso do círculo cromático com muita beleza e de uma forma muito inspiradora para nós arquitetos”.
O que entrou definitivamente nas nossas vidas nessa pós pandemia foram os ambientes integrados, especialmente as cozinhas para os amantes da culinária. “Na era da tecnologia não há por que ficar atrelado a formas antigas de morar. Nossas casas, antes apenas locais de moradia, se transformaram rapidamente em escritório, academia, parque de diversões, SPA e até de horta. Essa revolução é sem volta“, observa Goulart. Claro que muitos elementos decorativos são bastante usados para quem não quer tanta integração. Para uma separação discreta, cobogós, vidros e painéis serão sempre uma boa solução.
Seguem os tijolinhos? Seguem, agora texturizados, patinados, pintados. Os papéis de parede, que despertam nossas memórias afetivas lembrando às vezes das casas dos nossos avós fazem parte desse combo “comfy”. Acredito que um dos trends mais adoráveis são os painéis de azulejos. A Duplo Traço recomenda vivamente. “Eles dão personalidade e introduzem um ar retrô na decoração”.
Uma plantinha dentro de casa é também um afago. Natureza é tudo.
Profissionais: Ronald Goulart | Manuela Santos | CER Arquitetura de Interiores | Duplo Traço
Já segue a Conexão Décor nas redes sociais?
Siga o nosso Instagram e Facebook e acompanhe as novidades sobre decoração, arquitetura e arte.
Tag: aconchego
