Artifícios em marcenaria evitam quebra-quebra nesse apartamento de 160m2 no Leblon
Assim que comprou este apartamento, de 160m2 (no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro), para morar sozinha, a nova proprietária (que trabalha com importação, na faixa dos 35 anos) encomendou um projeto aos arquitetos Rafael Gomes e Sandro Batalha, do escritório Studio Plano Arquitetura, para transformar o imóvel de três suítes em sua residência oficial.
“Ela nos pediu mínimas intervenções físicas que envolvessem quebra-quebra, além de um ambiente agradável e jovial para receber, mas sem deixar de lado a elegância”, conta Rafael. “Apenas a cozinha e a área de serviço ficaram de fora da reforma, que durou oito meses no total, incluindo a decoração”, acrescenta Sandro.
A principal mudança na planta original se deu no acesso à suíte master, antes voltado para a sala de estar e agora para a circulação íntima. “Além de conferir a privacidade necessária ao dormitório da cliente, a alteração permitiu ainda ampliar o plano de fundo da área de tv da sala”, revela Rafael.
Segundo os arquitetos, a grande sala (com varanda integrada) foi dividida em estar social e sala de tv por um sofá azul, com assentos voltados para os dois lados. Já a sala de jantar é demarcada por um volume branco que contorna as paredes laterais e o teto, e abriga ainda uma grande “caixa” de madeira que delimita o hall de entrada.
Apesar de estar localizado na quadra da praia do Leblon, o apartamento não tem vista para o mar. Por isso, o escritório apostou em uma base neutra, especialmente o branco e o cimento queimado, para destacar os móveis brasileiros de design assinado e os adornos.
Algumas marcenarias ganharam acabamento de freijó natural e o piso de todo o apartamento foi revestido com mármore travertino, acrescentando um toque de nobreza aos espaços, sem comprometer a neutralidade desejada.
Em alusão ao mar, a cor azul foi eleita para pontuar o décor, presente no estofamento do sofá, na roupa de cama do quarto de hóspedes e em alguns quadros. “No estar, o díptico de fotografias do mar com o horizonte ao fundo simula janelas. No canto da sala, próximo à fachada, o jardim vertical também ajudou a recriar uma atmosfera natural dentro de casa”, explica Sandro.
Na decoração, tudo é novo, nada foi aproveitado do acervo da cliente. Desenhado pelo escritório e executado por um estofador, o grande sofá azul disputa a atenção com a poltrona Mole (de Sergio Rodrigues), que ganhou a companhia da luminária de piso kiki (de Gisela Simas).
Já a sala de jantar, predominantemente branca, coloca em evidência a mesa Disforme e as cadeiras Helga (do Estudiobola) e a luminária pendente DNA (de Cristiana Bertolucci). No ambiente de estar, roubam a cena as duas mesas de centro Z (também do Estudiobola) e, na área próxima ao jardim vertical, uma mesa de jantar Saarinen, quatro cadeiras Oca (da Ameise Design) e o bufê Soma (do Estudiobola).
Já no quarto da moradora, as peças de destaque são a cadeira Joy (de Jader Almeida) e a luminária pendente Corda (de Guilherme Wentz). No décor, os arquitetos destacam o corredor de acesso com paredes e teto revestidos em madeira para trazer aconchego, a bancada fixada na parede que também funciona como penteadeira e os tons neutros do décor que transmitem calma e tranquilidade. Todos os tapetes do apartamento são da Hathi.
“Nosso maior desafio neste projeto foi, com a mínima intervenção física, utilizar artifícios em marcenaria para criar soluções e adequar o imóvel ao novo layout”, finaliza o arquiteto Rafa Gomes.
Projeto:
- Arquitetos Rafael Gomes e Sandro Batalha
- Escritório: Studio Plano Arquitetura
Produção visual: Andréa Brito Velho
Fotógrafo: Marcos Reis
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Celina Mello Franco