Memória afetiva, aconchego e estilo eclético. Três elementos fundamentais para tornar uma casa de campo de 250m² em Petrópolis, Região Serrana do Rio, em um refúgio perfeito para férias e finais de semana
Para deixar ainda mais vivas as boas recordações de infância do proprietário nascido na região, o arquiteto Francisco Palmeiro ficou responsável pelo projeto de reforma geral e decoração do imóvel. A tarefa contou com o paisagista João Saldanha para desenhar o projeto paisagístico do lote de 500m2, cercado de mata fechada.
“O cliente tem uma memória afetiva dessa região de Petrópolis, onde cresceu com amigos e frequentava o Castelo Country Club. Ele, então, adquiriu um imóvel no próprio condomínio do clube, para o qual realizamos um projeto de reforma geral da casa, transformando-a de acordo com o perfil e estilo de vida do cliente”, conta Francisco.






O projeto da casa de campo envolveu transformações estruturais significativas na construção existente, sem perder a essência histórica da região e sua forte relação afetiva com o cliente. A reforma priorizou a amplitude dos ambientes, garantindo maior luminosidade e ventilação – como a cozinha, integrada à sala de estar através de aberturas estratégicas.
Já a entrada de luz natural foi potencializada por molduras de madeira e vidro, sustentadas por vigas metálicas, e pelo pé-direito de seis metros no vão livre, ocupado por grandes tapetes turcos, persas e iranianos que setorizam visualmente a função de cada espaço. O projeto também manteve e restaurou elementos originais, como pisos, forros e tijolinhos aparentes, equilibrando materiais antigos e novos.











A casa conta, no piso inferior, com três suítes e uma sala de cinema, enquanto o pavimento superior abriga um amplo salão com quatro ambientes, incluindo um escritório, sala de piano, sala de jantar e cozinha integrada. Este andar dispõe ainda de uma suíte, lavabo, duas varandas e uma área de serviço.
Na área externa, destacam-se a piscina, a sauna e o jardim assinado pelo paisagista João Saldanha, que trouxe cores vibrantes para contrastar com a mata fechada da região, utilizando espécies como hortênsias, hibiscos, buganvílias e bromélias.






Casa de campo com mobiliário eclético e atemporal
A seleção do mobiliário reflete um conceito eclético e atemporal, mesclando influências inglesas, mineiras e cariocas. Peças garimpadas, como a mesa de jantar de pinho, a cristaleira Art Déco e a mesa redonda de jacarandá com tampo de mármore, integram a composição. Por outro lado, o papel de parede xadrez da cozinha, em tons de verde, azul e dourado, junto à bancada de mármore Verde Guatemala, foi o ponto de partida para os toques de cor da área social.



Na sala de estar, os sofás Chesterfield, em couro verde-folha, contrastam com o tom cereja mesclado do pufe e dos assentos das cadeiras de pinho-de-riga, dispostos sobre um grande tapete em padrão de escamas. Na suíte principal, a cabeceira produzida com tacos de peroba-do-campo, encontrados no antigo sótão da casa, adiciona um elemento de memória ao espaço.


Para o arquiteto, o maior desafio do projeto da casa de campo foi lidar com as aberturas dos vãos e reforços estruturais, garantindo um equilíbrio entre funcionalidade e identidade estética.
“O cliente me deu total liberdade para tornar a casa o mais aconchegante possível. Como já realizei quatro obras para ele – e sendo essa a ‘casa dos sonhos’ –, foi um trabalho de parceria, baseado na confiança que construímos ao longo dos anos. Como ele mora em outro estado, cada visita à obra era uma surpresa para ele e, para mim, uma grande satisfação”, revela o arquiteto. “Busquei preservar a identidade de Petrópolis, com seu DNA de montanha que acolheu a família imperial. Valorizei o pé-direito de seis metros no vão livre, definindo as áreas por meio de grandes tapetes turcos, persas e iranianos. Móveis antigos de madeira complementam a composição, junto a sofás e cadeiras de couro em tons de verde e marrom“, descreve.
“Um projeto que se desenvolve ao longo de um ano nos aproxima das realidades impostas por condições climáticas diversas, nos permitindo compreender as necessidades reais do espaço e criar afinidades que garantem durabilidade e conforto ao longo do tempo“, conclui Francisco Palmeiro.
Projeto: Arquiteto Francisco Palmeiro
Fotografia: MCA Stúdio / Juliano Colodeti
Paisagismo: João Saldanha
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Celina Mello Franco
TAG: Memória afetiva