Como preparar vasos e floreiras para plantar espécies em casa
À frente da Praça do Polinizador, na 36º CASACOR São Paulo, o paisagista Luciano Zanardo compartilha sua experiência e dicas sobre como cultivou as espécies presentes no espaço.
Trazer um pouco da natureza para a casa é sempre uma boa pedida. Seja em vasos ou floreiras, ambientes como salas, varandas, jardins internos ou externos e até mesmo dormitórios ficam sempre mais alegres e bonitos com a presença do natural. Com uma infinidade de espécies disponíveis para a escolha, há sempre a planta ideal para o estilo e condições climáticas que o ambiente possui. Porém, mais do que regar a planta e garantir que ela não desfaleça por estar longe do sol, alguns cuidados são necessários desde antes do plantio.
“Preparar vasos e floreiras de maneira adequada é essencial para garantir um ambiente ideal ao crescimento saudável das plantas. Esse cuidado inicial é fundamental para estabelecer as condições ideais de drenagem, nutrientes e espaço para o desenvolvimento das raízes”, explica o paisagista Luciano Zanardo, do escritório Zanardo Paisagismo. Assinando a Praça do Polinizador, na 36ª edição de CASACOR São Paulo, o especialista traz orientações e dicas valiosas que, quando seguidas corretamente, permitem que flores, folhagens, ervas ou vegetais prosperem de maneira exuberante e vibrante. Confira!
O vaso certo
O primeiro passo para a escolha do vaso ideal é pensar no desenvolvimento da planta nos próximos meses e até mesmo ao longo dos anos. É uma planta que vai crescer muito? Então opte por um vaso com o diâmetro maior!
“A minha principal orientação é que os vasos sejam escolhidos de acordo com o desenvolvimento da planta. Plantas frutíferas, palmeiras e ornamentais de médio porte podem ser colocadas em vasos grandes, pois assim já estamos prevendo o desenvolvimento da espécie. O pensamento é o mesmo para plantas menores, mas nesses casos, modelos menores dão conta do recado”, orienta Zanardo.
Outra recomendação do paisagista é realizar uma pesquisa rápida sobre o porte do cultivo escolhido antes de decidir o diâmetro e a altura do vaso. Folhagens grandes, plantas com raízes longas ou frutíferas pedem vasos com, no mínimo, 20 litros. Já as tipologias de temperos e ervas, ideais para quem está começando a se aventurar nesse mundo da jardinagem, podem ser cultivados em recipientes pequenos, desde que haja cerca de 15 cm de profundidade.
Após a escolha do tamanho, é imprescindível verificar se o vaso possui furos para permitir que o excesso de água escoe. “Caso não haja, é necessário fazê-los. Desta forma, a água não fica acumulada no fundo e as raízes da planta não correm risco de apodrecer”, destaca o paisagista.
Montando o vaso
A montagem do vaso ou floreira influencia diretamente no desenvolvimento da planta: por isso, seguir algumas etapas é fundamental. O primeiro passo é lavar o recipiente com água e sabão e, após a higienização, secá-lo bem. Em seguida, uma camada de 5 cm de argila expandida é acompanhada pela manta bidim. Com essa camada de drenagem, assegura-se que as raízes da planta não deteriorem e que o solo não se compactará em torrões.
Substratos
Após a camada de drenagem, deposite o substrato ou terra adubada. Com diferentes tipos de substrato disponíveis para a compra, entender as suas particularidades é fundamental para o sucesso da plantação. Confira os principais tipos e suas indicações de acordo com a experiência de Luciano Zanardo:
– Terra vegetal: É um dos substratos que se adequam com mais naturalidade à maioria das plantas. Feito a partir da mistura de terra comum, terra vegetal e composto natural, como o húmus, é conhecido também como “terra pronta” e pode ser facilmente encontrado para compra em lojas especializadas;
– Areia: Composto por areia de construção, terra comum e terra vegetal, é um excelente substrato para suculentas e cactos, uma vez que essas plantas precisam de um material permeável, devido à baixa concentração de água;
– Fibra de coco: tem como principal função a retenção de água, servindo também para a ramificação das raízes, aeração da terra e manutenção do PH sempre neutro;
– Casca de pinus: indicado especialmente para o cultivo de orquídeas, esse substrato permite a retenção de água e a rápida troca gasosa. “O interessante é que esse material promove uma espécie de uma simulação do ambiente natural da planta e auxilia o seu desenvolvimento em vasos e outros espaços de casa”, destaca o paisagista;
– Turfa: visto com frequência em regiões pantanosas, é rico em nutrientes, auxilia a reter o líquido das plantas e é indicado especialmente para as samambaias;
– Húmus: produzido a partir da decomposição de microrganismos pelas minhocas, libera nutrientes para as plantas e é comumente empregado por conta da sua função de preparador do solo.
Coloque a muda
Com o vaso pronto para receber a planta, posicione-a com cuidado para não desmanchar o torrão – o ideal é que o topo do torrão fique aproximadamente 1 cm abaixo da borda do vaso e em seguida, complete o espaço que sobrou com terra. “Lembre-se também de se certificar que a muda está bem firme”, pontua Luciano.
Faça uma primeira rega generosa, molhando a planta até que a água escoe pelos furos do vaso. Após a terra se acomodar, verifique se não será necessário completá-la com mais terra até alcançar borda do vaso. Após finalizar a plantação, chega a hora do acabamento. O especialista indica cascas de pinus ou seixos que, além de resultarem em um belíssimo visual, evita a compactação da terra e auxilia a manter a umidade, principalmente em regiões quentes.
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Celina Mello Franco