A 8ª edição da Modernos Eternos, que acontece até o próximo dia 9 de julho, reúne 36 profissionais renomados em mais de 30 ambientes. Pela primeira vez está sendo realizada no futuro Centro do Patrimônio Cultural Cemig, o “Prédio Verde”, e conta com o apoio do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). O edifício, que faz parte da história da fundação da cidade de Belo Horizonte, promove um elo entre a arquitetura do início da capital e os seus movimentos mais recentes.
A Modernos Eternos contempla diferentes vertentes, do vintage ao contemporâneo: “Estamos muito felizes em ressignificar mais um espaço icônico de Belo Horizonte, bem no conceito da Modernos Eternos: combinar o que há de mais contemporâneo na Arte, Design e Arquitetura com história e tradição. A Praça da Liberdade data da construção da capital, e hoje é um símbolo da cidade e ponto de convergência de vários dos principais equipamentos culturais do estado, com programação regular de artes, escola de design, feiras e outros eventos”, destaca a realizadora da mostra, Josette Davis.
O Conexão Décor pinçou cinco ambientes muito representativos do que vocês encontrarão lá:
Leonardo Rotsen
No hall de entrada pensado pelo arquiteto Leonardo Rotsen, a instalação de Flávia Junqueira, artista convidada, intensifica ainda mais o impacto que os visitantes têm ao adentrarem o edifício. Dialogando com a magnificência da escada e das pinturas, o projeto nos emerge em um universo que fusiona o real e o fictício. Os balões em vidro murano soprado protagonizam esse cenário mágico, que nos permite mergulhar na complexidade e beleza da cultura e memória.
Paula Guimarães
Um prédio histórico, de arquitetura eclética, com influência neoclássica, contendo um espaço que apresenta uma fusão harmoniosa entre uma sala de jantar e um living aconchegante. Um ambiente perfeito para celebrar a interseção entre o passado e o presente, o antigo e o moderno, oferecendo uma experiência única de imersão emocional e estética. O mobiliário foi escolhido cuidadosamente e possui preciosidades como Sérgio Rodrigues, Jorge Zalszupin, Lina Bo Bardi, Zanine Caldas, Branco e Preto, Fernando Mendes. A mistura de texturas e materiais, assim como o contraste do vintage e contemporâneo, se fazem presentes em cada detalhe. Uma das obras de arte escolhida tem um grande simbolismo para os dias atuais: denominada “Instagram”, de Antonio Bokel, possui formatos quadrados que remetem ao feed da rede social. O espaço propõe uma reunião mais duradoura das pessoas no living e em torno da mesa de jantar. Um ambiente onde a arquitetura se torna o cenário perfeito para encontros memoráveis.
Ana Machado e Paula Sallum
No centro da arquitetura icônica do prédio verde, a dupla convida os visitantes a se teletransportarem para os países do mediterrâneo. As referências se baseiam em transmitir o calor e o frescor da região, por isso cores como areia, verde e terracota estão sempre presentes na montagem do espaço. Elementos de ferro forjado, aquarelas e jardineiras conferem um caráter único ao ambiente. Ao acessar o átrio, uma alameda de oliveiras cria a passagem de destaque ao protagonismo do bar, feito de travertino bruto e pontas irregulares. De um lado das oliveiras, mesas de azulejo aquarelado homenageando a arquitetura de Belo Horizonte, e do outro, lounges despojados para curtir as atrações musicais. Tudo isso cercado por um verde marcante e pontos coloridos de flores, criando uma atmosfera aromática, um mix and match que une o Moderno e o Eterno.
Fernando Hermanny e Germana Giannetti
O ambiente é composto por uma grande sala com mobiliário contemporâneo contrastando com o estilo eclético da edificação. Um sofá retilíneo de grandes proporções faz a setorização do espaço e cria ambientes distintos, mas integrados. Em uma das extremidades temos um conjunto de credenzas dos anos 1960, em jacarandá, design de Jorge Zalszupin para L’Atelier. Na extremidade oposta estão duas poltronas Vronka de Sérgio Rodrigues, desenhadas em 1962. Essas peças modernistas atestam o tema da mostra: o moderno é realmente eterno! Obras de arte contemporâneas com curadoria de Orlando Lemos dão a tônica sofisticada à ambientação e, ao mesmo tempo, interligam os ambientes ao induzirem o olhar a percorrer todo o espaço. Destacam-se também os entalhes de Maurino Araújo que estabelecem um diálogo entre erudição e arte popular. Nomes importantes da arte brasileira, como Véio (Cícero Alves dos Santos) e Sônia Gomes, que já tiveram salas especiais na Bienal de Veneza, estão presentes na coleção exibida, assim como o ultra contemporâneo norte americano Howard Schwartzberg, dentre outros. Diante do espaço de grandes dimensões e pé direito alto, o ar de conforto e acolhimento vem das cortinas em seda rústica indiana, dos acabamentos escolhidos para o mobiliário contemporâneo, com destaque para o enorme tapete composto por fragmentos de antigos persas unidos como um “patchwork”. No ambiente de jantar, o uso de madeira natural reforça essa intenção.
Ana Lúcia Rodarte
O desafio de conceituar um ambiente onde a história fosse valorizada, adequando-o aos dias de hoje, resultou neste living, cujo teto e piso foram preservados e restaurados para mostrar toda a beleza dos seus detalhes. O biombo do Tenreiro e o aparador Cacos delimitaram os espaços, complementados com mobiliário do design moderno brasileiro e peças de Sergio Rodrigues, Zalszupin, Jean Gillon, todas originais e de reedição autorizadas. FPor fim, os artistas Amilcar de Castro e José Alberto Nemer levaram um pouco de mineiridade ao ambiente elegante e acolhedor.
MODERNOS ETERNOS BH 2023
Data: 20 de junho a 9 de julho
Local: Praça da Liberdade, 470 | Circuito Liberdade – Prédio Verde | Sede IEPHA MG
Fotografia: Gustavo Xavier
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Celina Mello Franco
TAG: MODERNOS ETERNOS BH