Apartamento no Texas com Décor Boho Chic repleto de histórias

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Com muita personalidade, o novo lar da arquiteta Guta Louro, em Austin (no Texas), é um mix de estilos repleto de histórias e móveis vintage garimpados por ela em antiquários, feirinhas, sites e Instagram americanos.

A moradora deste apartamento com 96m2, em Austin (Texas, EUA), é a arquiteta paulistana Guta Louro, 32 anos, que se divide entre o escritório próprio que mantém em São Paulo, o Guta Louro Designs , e o escritório americano Splice Design, com filial em Nova Iorque, Atlanta e Austin.

Apesar de a arquiteta ser apaixonada por Nova Iorque, onde ela morava até sete meses atrás, também na companhia sua “filhota peluda” Rio (um pastor-de-shetland, com 11 meses vida), a cidade se tornou o pior lugar para viver nos EUA durante a pandemia – vazia, suja e perigosa.

Com clientes escassos e o contrato de aluguel por vencer, e ainda sem saber por quanto tempo a pandemia se estenderia, Guta resolveu buscar uma nova cidade para viver, onde pudesse ter não só melhor qualidade de vida como também vislumbrar novos projetos.

Fotógrafo: Denilson Machado, do MCA Estúdio.

Viajei para o Texas algumas vezes com meu namorado, que é de Houston, e, ao acompanhar as notícias de lá, percebi que Austin poderia ser um excelente lugar para chamar de lar. Pouco tempo depois, fiz as malas e mandei minhas coisas para cá, mesmo sem ter um endereço definido”, conta elaque, depois de visitar muitos prédios, alugou um apartamento de quarto-e-sala, com sala grande, perfeita pare receber em casa. “A intenção inicial não era ficar em Austin, apenas aproveitar uma cidade nova enquanto a pandemia dominava Nova Iorque. Seis meses depois, cá estou, feliz da vida”, acrescenta.

Fotógrafo: Denílson Machado, do MCA Estúdio.
Fotógrafo: Denílson Machado, do MCA Estúdio.

Por ser um apartamento alugado, o projeto de renovação não alterou a planta do imóvel, que é, inclusive, muito bem resolvida, segundo a arquiteta. “Se fosse um imóvel próprio, eu apenas mudaria de lugar a porta de acesso ao banheiro, trocaria a cozinha e arrancaria o carpete do quarto”, avalia ela.

Fotógrafo: Denílson Machado, do MCA Estúdio.

O projeto é um coletivo de histórias da moradora, uma mistura cultural, uma junção de cores e texturas que compõe um espaço alegre e receptivo. Ele segue um estilo Boho chic, que traz de volta o charme da década de 60, porém sem simular a era hippie. Estar no Texas também serviu de inspiração à arquiteta. Como ela sempre apreciou a cultura cowboy, alguns elementos regionais foram incorporados ao projeto.

No que se refere à decoração, todas as obras de arte foram trazidas do endereço anterior (veja relação abaixo) e os móveis foram deixados para trás. “Decidi vender e doar tudo para criar um lar que representasse melhor minha atual fase de vida”, conta Guta.

Fotógrafo: Denílson Machado, do MCA Estúdio.

O sofá verde, por exemplo, é o modelo Gondola, criado por Adrian Pearsall em 1970, encontrado no Instagram de uma loja de móveis vintage, em Nova Jérsei.

A luminária ao lado dele é, na verdade, um chapéu africano, comprado em uma feira de antiguidades no Texas, à beira da estrada, enquanto sua base foi garimpada em Austin, em uma loja chamada Revival Vintage.

Fotógrafo: Denílson Machado, do MCA Estúdio. / Rio em frente ao sofá

De 1960 e também assinado por Adrian Pearsall, o outro sofá, com mesas laterais acopladas, foi adquirido em uma loja vintage na Carolina do Norte.

Fotógrafo: Denílson Machado, do MCA Estúdio.
Fotógrafo: Denílson Machado, do MCA Estúdio.
Fotógrafo: Denílson Machado, do MCA Estúdio.

As cadeiras de jantar Cesca, de Marcel Breuer, são originais dos anos 1960 e tiveram os assentos estofados com peles de cabra que a arquiteta comprou um uma feirinha na cidade Round Rock, no Texas.

A mesa de jantar, antes marrom escuro, foi pintada em tom nude para não pesar visualmente no espaço. Ainda na sala, o pequeno móvel rosado, em Trencandís (técnica que consiste na criação de uma espécie de mosaico com pedaços irregulares), também foi comprada em Round Rock para fazer par com o quadro do artista Charles Fazzino.

Fotógrafo: Denílson Machado, do MCA Estúdio.

A poltrona Luna, em couro, é uma criação do designer Odd Knutsen, de 1970, e foi arrematada em um site americano chamado Chairish, que reúne antiquários e pequenos vendedores de peças vintage.

Fotógrafo: Denílson Machado, do MCA Estúdio.
Fotógrafo: Denílson Machado, do MCA Estúdio.
Fotógrafo: Denílson Machado, do MCA Estúdio.

O biombo japonês antigo, posicionado atrás da cabeceira da cama, veio de uma feira em Round Top. “Como ele estava empenado demais e não consegui deixá-lo de pé, coloquei atrás da cabeceira que ganhei de um antiquário local, chamado Room Service Vintage”, lembra ela.

As mesas de cabeceira orientais, em laca preta, também vieram do antiquário Revival Vintage, em Austin. Já a máquina de chicletes sobre a mesa lateral da sala estava abandonada na casa onde o namorado da arquiteta cresceu.

Fotógrafo: Denílson Machado, do MCA Estúdio.

Outro destaque na sala de estar são os dois tapetes sobrepostos. Um deles é um Beni Ourain marroquino, também vintage, em perfeito estado, comprado pela arquiteta diretamente com um fornecedor do Marrocos. “Como ele chegou com as medidas erradas, resolvi comprar outro tapete no tamanho certo para sobrepô-los. No final, achei que ficou mais interessante, com mais personalidade”, avalia ela.

As três cores predominantes no décor da área social são tonalidades quentes (uma combinação de vermelho, verde e azul) que a arquiteta adora e gosta de explorar em seus projetos pelas inúmeras sensações provocadas por cada uma delas. O papel de parede da maior parede da sala, por exemplo, imita a técnica limewash, assumindo um tom que parece ser uma mescla entre os azuis encontrados na sala e o vermelho do tapete.

Principais obras de arte:

Fotógrafo: Denílson Machado, do MCA Estúdio.

– O quadro com pinceladas coloridas sobre fundo branco, próximo à mesa de jantar, foi a primeira obra de arte que a arquiteta comprou depois de se mudar para os EUA. Ele veio da vitrine de uma loja próxima ao apartamento onde ela morava, em Nova Iorque.

– O espelho com moldura azul foi feito pela própria arquiteta a partir de um espelho que ela já tinha, com moldura rococó, que foi danificada na mudança para Austin. –

-A escultura modernista em papier marché, de uma galeia em Houston, que a arquiteta ganhou de presente de seu namorado

A arquiteta Guta Louro / Fotógrafo: Denílson Machado, do MCA Estúdio.

-De artistas brasileiros, a arquiteta destaca o colar de parede do Estúdio Leh; a mão de porcelana, com a linha da vida e a linha do coração, da Evelyn Tannus; os quadrinhos de nadador e o coração na parede, comprados no Armazém do Marton; a xícara da Menor Loja do Mundo etc.

– O quadro retangular acima do sofá é um desenho à mão, de um ambiente projetado pela arquiteta durante seu curso de mestrado.

Projeto: Guta Louro Designs

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Celina Mello Franco

 

Tag: Boho Chic

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