90 m² COM DÉCOR CONTEMPORÂNEO, PEÇAS VINTAGE E OBRAS DE ARTE

90 m² com decoração contemporânea, marcada por peças vintage de garimpo, além de objetos e obras de arte do acervo do morador, o jovem empresário Gabriel Fletcher, 36 anos, que contou com a ajuda do amigo arquiteto Rodolfo Consoli na escolha deste apartamento no Leblon (RJ). ‘Inicialmente, ele queria investir no imóvel para alugar por temporada, mas, após a separação, acabou virando sua residência oficial‘, conta Rodolfo.

Entre as principais modificações na planta do imóvel após a reforma, a sala de estar e jantar (antes separadas) foram integradas, assim como a cozinha e a lavanderia. O lavabo foi transformado em um banheiro completo para atender o quarto de hóspedes e eventuais visitas, o quarto menor (do meio) foi transformado em um closet generoso com acesso independente e o antigo banheiro social foi anexado ao dormitório principal para criar a suíte do morador.

O conceito do projeto buscou, então, criar um apartamento menos compartimentado, com base neutra e clara, para que o proprietário tivesse mais liberdade para expor e trocar de lugar suas obras de arte, objetos e mobiliários, especialmente os de cores mais vibrantes.

“Foi o próprio Gabriel que optou por paredes brancas e o acabamento das marcenarias em Pau-ferro natural, que tem uma tonalidade mais escura, com veios bem marcados”, revela Rodolfo. “Como ele é apaixonado por decoração e arte e chegou a cursar design de interiores, a maior parte dos móveis e adornos novos foi escolhida por ele mesmo. Podemos dizer, então, que este projeto foi feito a quatro mãos’,  acrescenta.

Na decoração, que segue o estilo contemporâneo jovial, com toques vintage, muitos objetos vieram do apartamento antigo do cliente, com destaque para o porco rosa Polochon (da Lina Bo Bardi), o vaso de vidro soprado (da Carol Gay), os pratos decorativos de parede (da italiana Fornasetti), o tijolo de cobogó Mão e o ursinho de couro (do Instituto Campana) e o vaso branco de porcelana (da alemã Rosenthal).

Alguns móveis da sala também foram aproveitados do acervo do morador, como os banquinhos Mocho e Magrini, a mesa lateral Janete e a poltrona Diz (todos do Sergio Rodrigues) e a mesa de centro Bow (do Guilherme Torres). O restante foi adquirido de acordo com as especificações do projeto, com destaque para as peças de mobiliário vintage garimpadas em leilões e antiquários, como o sofá MP97 e a poltrona MP105 (do Percival Lafer), as cadeiras de jantar GB e o banco Ripado (do Geraldo de Barros) e a mesa de jantar FK2, com tampo em taquinhos de jacarandá (da Florence Knoll).

“Como queríamos móveis de madeira mais escura para contrastar com as paredes brancas e o piso em tom de areia, partimos para um garimpo de criações icônicas dos anos 50, 60 e 70, período em que o jacarandá dominou a produção brasileira. Depois, trocamos os estofamentos por tecidos com cores e texturas mais atuais, como a poltrona do Percival Lafer, que foi integralmente revestida com veludo mostarda e se tornou um importante ponto de cor na sala”, justifica o arquiteto.

O acervo de arte que Gabriel trouxe do apartamento antigo também impressiona: Maritza Caneca (fotografia acima do sofá), Adrianna Eu (quadro no hall íntimo), Vik Muniz (quadro acima do bar), Julio Le Parc (par de pequenos quadros acima do bar), Berna Reale (quadro acima da prateleira-aparador do jantar), Sandra Mazzini (quadro pequeno ao lado da estante do jantar), Luiz Hermano (escultura metálica de parede no esquerdo do sofá), Ascânio MMM (escultura branca no chão, ao lado do sofá), Galvão (par de relevos laranja e amarelo no lado direito do sofá), Daniel Mullen (quadro acima da poltrona mostarda), José Bento (trio de esculturas de árvore em madeira perto da janela da sala), Yutaka Toyota (quadro perto da janela da sala), Danielle Carcav (quadro pequeno na copa) e Victor Arruda (quadro acima da cabeceira da cama).

• Destaques na sala de estar: O hall de entrada revestido com folha de Pau-ferro natural; o rack-aparador suspenso, também em Pau-ferro, com bar iluminado embutido no tampo; o sofá vintage do Percival Lafer; o tapete maxi xadrez em preto e branco, da Galeria Hathi, que saiu do óbvio, trazendo ainda mais personalidade ao espaço.

• Destaques na sala de jantar: A mesa vintage com tampo em taquinhos de jacarandá, da Florence Knoll; as cadeiras vintage do Geraldo de Barros; a estante com nichos iluminados e armário-buffet embaixo, embutida no ‘bloco’ de marcenaria piso-teto que delimita o hall de entrada.

• Destaques na cozinha com copa integrada: A bancada sem ‘saia’ de mármore natural Branco Paraná, com veios bem marcados, replicada no frontão até o limite do armário superior, que trouxe mais personalidade e unidade visual ao espaço; a janela ampla ‘debruçada’ sobre a área de trabalho (higienização e preparo dos alimentos), que inunda o espaço de luz natural.

• Destaques na suíte do morador: A cabeceira da cama desenhada pelo arquiteto e executada com acabamento em folha de Pau-ferro natural; a poltrona Paraty, do Sergio Rodrigues, posicionada na lateral da cama, ao lado da janela, que criou um canto de leitura acolhedor; a bancada sem ‘saia’ de mármore natural Branco Paraná, com veios bem marcados, replicada no frontão com altura bem acima do padrão, trazendo mais personalidade e unidade visual ao espaço; o armário-espelheira com iluminação indireta.

  

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Celina Mello Franco