A exposição 50 anos de realismo – Do fotorrealismo à realidade virtual que o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro inaugura, na quarta, 22 de maio, vai provocar perplexidade no visitante: é pintura ou fotografia? É real ou escultura?
A proposta da curadora brasileira Tereza de Arruda, radicada em Berlim, é apresentar um panorama internacional da representação da realidade na arte contemporânea, nos últimos 50 anos, do surgimento do fotorrealismo, o hiper-realismo até a realidade virtual. A mostra é patrocinada pelo Banco do Brasil, com apoio da Cateno e do Banco Votorantim. A coordenação geral é da Prata Produções, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
Arruda selecionou 92 trabalhos, datados dos anos 1970 a 2018, de técnicas diversas de 30 artistas – cinco brasileiros e 25 estrangeiros, de gerações e nacionalidades variadas, radicados na América do Sul, nos Estados Unidos e na Europa.
No final da década de 1960, jovens artistas que trabalhavam nos Estados Unidos começaram a fazer pinturas realistas baseadas diretamente em fotografias. Detalhistas minuciosos, eles retratavam objetos, pessoas e lugares que definiam a vida urbana e rural. Essa produção recebeu rótulos diferentes, entre eles Fotorrealismo.
Já no térreo do CCBB estão esculturas/instalações do dinamarquês Peter Land [1966-], em que o ser humano é a figura central. Mais três artistas ocupam a área da rotunda Craig Wylie [Zimbábue, 1973-], radicado no Reino Unido, é premiado pela profundidade psicológica de seus retratos; o inglêsSimon Hennessey [1976-] pinta rostos mais detalhados do que o que a fotografia poderia oferecer ao espectador.
No centro da rotunda impera a escultura de uma figura humana, maior do que a real, do jovem paulista Giovani Caramello [1990-] feita especialmente para esta exposição. Autodidata, Caramello iniciou a carreira com modelagem 3-D e se tornou o único escultor brasileiro com produção hiper-realista.
Um espaço concentra obras de artistas seminais do fotorrealismo e do hiper-realismo como os norte-americanos Ralph Goings [1928-], Richard McClean [1934-], Ben Schonzeit [1942-], John DeAndrea [1941-] e o inglês John Salt [1937-]. Pinturas ou esculturas, as representações são tão realistas que podem causar um certo desconforto pela proximidade do ser e do parecer. É o caso da obra de DeAndrea, um dos pioneiros da escultura hiper-realista. As figuras humanas extraídas de seu universo particular são despretensiosas e sem ornamentos supérfluos.
Na história da arte do século XX, a pintura realista precisou se impor e se defender da ascensão da fotografia contemporânea. Os pintores passaram a incorporar a fotografia como recurso para tornar seus retratos mais precisos.
O fotorrealismo e o hiper-realismo fascinam porque o real demanda fidelidade rigorosa a seu contexto. Um dos segmentos da mostra é o que junta natureza-morta e paisagem naturalista ou urbana.
Estes temas são cultivados há 50 anos mundo afora como se pode ver pela diversidade de procedência dos artistas: o canadense François Chartier [1950-], os espanhois Pedro Campos [1966-] e Javier Banegas [1974-], o inglês Tom Martin[1986-], o paulista Rafael Carneiro [1985-] e galês Ben Johnson [1946-] exibem naturezas mortas; o espanhol Andres Castellanos [1956-], o grego Antonis Titakis [1974-], a inglesa Raphaella Spence [1978-], o pernambucano Hildebrando de Castro [1957-] e o norte-americano David Kessler [1950-] mostram paisagens.
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Celina Mello Franco
Liliane Abreu