Um apartamento de 150m² na Lagoa, Rio de Janeiro, nasceu do desejo dos moradores (um casal com dois filhos de 8 e 10 anos) de retornar à rua onde viveram anos antes. Situado em um edifício modernista dos anos 1950-60, projetado por Amaro Machado e Lolo Cornelsen, o projeto preserva pilares, vigas e piso de tacos originais, destacando a iluminação contínua proveniente das grandes janelas.
A planta generosa foi transformada principalmente na área social. A abertura de vãos nas paredes que davam para o prisma central do edifício permitiu criar um jardim de inverno com janelas de sucupira e vidro que conectam a sala e a cozinha, favorecendo não só a integração dos espaços como a entrada de luz. O projeto foi assinado por Mariana Portillo e Pedro Pantoja, da Bric Arquitetura.




O conceito do projeto combina a preservação das características originais do apartamento com a expressão da personalidade da família, muito ligada a objetos afetivos e livros, organizados em uma grande estante de Freijó que se tornou destaque da sala.
Para garantir privacidade durante o trabalho remoto, o home office foi concebido como uma ‘caixa’ no mesmo material, posicionada atrás da estante, formando com ela um único bloco de marcenaria que não toca o teto, preservando a permeabilidade visual e mantendo livres a estrutura original e as esquadrias do apartamento.











Na decoração, tudo é novo: os arquitetos apostaram em uma mistura equilibrada de mobiliário vintage e design contemporâneo.
Entre os destaques estão a tapeçaria dos anos 1960 do artista Kennedy Bahia, a poltrona Kilin e o banco Mocho de Sergio Rodrigues, as banquetas Girafa de Lina Bo Bardi e o sofá Block do Estudibola e a luminária de piso Less, do Fernando Prado.
A paleta de cores combina madeira natural, concreto e tons de tijolo, criando uma atmosfera acolhedora e atemporal.

Na área íntima, os arquitetos optaram por não criar suítes nem lavabo, priorizando o uso livre e coletivo dos ambientes. Assim, o banheiro do casal e o banheiro das crianças foram mantidos fora dos dormitórios.





No quarto das crianças, o destaque fica por conta do mezanino de brincadeiras e leitura, estruturado em marcenaria de gaxeta, com acesso duplo por uma escada de madeira com degrau em concreto branco e por uma parede de escalada.
Projeto: Mariana Portillo e Pedro Pantoja | Bric Arquitetura
Fotografia: Juliano Colodeti | MCA Estúdio
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Celina Mello Franco

