MUITO MAIS DO QUE UM HOSTEL – COMBO DE MILÃO

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De Paula Acosta, Milão

Com a proximidade da Semana de Design de Milão, que acontece de 7 a 12 de junho, os profissionais do setor e a imprensa especializada de várias partes do mundo se movimentam para marcar presença. Inclusive, o time da Conexão Décor! Mas essa é uma outra história… Já que, desde o dia 1° de março, os turistas brasileiros podem finalmente entrar na Itália, vale sempre a pena falar de hospedagem, que associe uma arquitetura sugestiva e o bom design a serviços interessantes.

Pura Comunicação

Nos últimos anos, nos quatro cantos do planeta, proliferam modelos de albergues que são um verdadeiro charme. Mas em tempos de economia compartilhada, o conceito de “hostel” se amplifica, gerando iniciativas para lá de inovadoras. É o caso do Combo, de Milão, integrante de uma cadeia com endereços também em Veneza, Bolonha e Turim. Localizado às margens do Naviglio Grande – o mais antigo e importante canal da cidade, na zona sudoeste do município – e com vista para um tranquilo parque, esse “hotel com quartos coletivos” tem conquistado dos viajantes aos residentes. Isso porque é muito mais do que um simples abrigo de passagem.

Hostel em Milão. Pátio entre o edifício com planta em L pintado de laranja

A transparência dos vidros que circundam os sempre povoados espaços comuns do térreo e a porta principal continuamente aberta para facilitar o vaivém de pessoas comunicam a proposta de um lugar com um quê de especial. Algo que vai bem além da cor laranja que alegra a fachada do edifício típico da famosa cidade italiana, reestruturado completamente para dar vida ao empreendimento.

Aérea comum, de convivência, na parte aberta de um hostel em Milão. Mesinhas redondas pretas espalhadas pelo pátio.

Cena de uma moça lendo, sentada na varanda de um quarto

Os 2200 m2 do imóvel se dividem em hospedagem (42 quartos, entre privativos e compartilhados, por um total de 217 leitos), restaurante, café-bar, jardim, zonas livres no melhor estilo “coworking” para encontros de trabalho e outras áreas para workshops, leituras, eventos em geral, além de cantinhos para quem deseja se retirar e ler um livro em tranquilidade. Há, ainda, sala e cozinha para os hóspedes, lavanderia automática, depósito para bagagens, recepção 24 horas. Ah, e até uma rádio interna, que incentiva talentos locais e internacionais e se pode ouvir também através do site do albergue. Anote aí: www.thisiscombo.com/it/combo-radio/

Área comum em um hostel em Milão. Lavanderia, mesas e bancos em madeira, grandes janelas em arcos

Cozinha em um hostel em Milão, armários abertos e pintados de rosa, fogão e cuba em ambos os lados.

Quarto em um hostel em Milão, beliches em madeira e roupa de cama branca, piso em xadrez preto e branco

Beliche em um hostel na cidade de Milão

A grande reforma foi coordenada pelo escritório de arquitetura Ole Sondresen, de Nova Iorque, e ganhou design de interiores de Roberta Dori Puddu, da Officina Orsi, de Lugano. Nas áreas coletivas, as cores são muito bem-vindas e dosadas de forma equilibrada para doar vivacidade. Já nos quartos, o bom e clássico branco – aliado à madeira clara, bastante presente na estrutura, e às cores neutras de parede e pavimento – ganha destaque exprimindo leveza e uma elegante simplicidade.

A arte contemporânea recebe uma atenção especial no Combo, que acolhe residências artísticas, oficinas e instalações site-specific, em diferentes pontos do edifício. O objetivo é dar voz ao trabalho de jovens talentos, galerias e empresas do setor, contaminando-os a partir do contato com o “mundo” que passa por ali.

A programação é um atrativo a mais do Combo: além das exposições, sessões de cinema, festas com DJs e tantas outras iniciativas animam o hostel. Ou seja, pacote completo para os amantes de arte e design!

O projeto Combo 

Recuperar propriedades decadentes em zonas estratégicas das principais cidades italianas e transformá-las em espaços dinâmicos, integrados, que tragam benefício para a coletividade. Essa é a missão de Combo, explicada em detalhes pelo empresário Michele Denegri, idealizador da iniciativa.

O Combo foi imaginado como um espaço aberto, capaz de atrair e deixar à vontade quem visita uma cidade pela primeira vez, quem tem algo para expressar e compartilhar ou simplesmente quem é curioso”, declara.

Ao nascer em prédios abandonados que são reformados, queremos que o Combo se torne a casa mais conveniente para os turistas, mais estimulante para os cidadãos e mais atraente para aqueles que são protagonistas do mundo da cultura. Nós nos consideramos uma rede social física, composta por uma comunidade que compartilha princípios e valores e fala uma língua própria”, completa Michele.

Em Milão, antes de se tornar um albergue, a antiga “casa di ringhiera” – construção popular, difusa no norte da Itália a partir no início do século XX, caracterizada pela balaústre comum a todos os apartamentos, que percorre por inteiro cada andar – teve ainda outras vidas. Foi um restaurante e, depois, passou por um período de ocupação, até que a prefeitura publicou um edital para requalificá-la. Entre as exigências, o respeito ao seu caráter histórico e arquitetônico e criação de uma atividade que aliasse cultura, serviços aos cidadãos, valorizando a vocação turística da cidade.

E por falar de atividades em benefício do território, o Combo MIlão hospeda na sua sede uma consultoria especializada em microcrédito, para os que têm dificuldade de acesso ao sistema bancário tradicional, e um centro psicopedagógico de apoio às famílias.

Um belo projeto em todos os sentidos!

Fotos: cortesia Combo

Paula Acosta

Correspondente na Itália

comunicazionecarioca.com 

tag: Combo Milão

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