O arquiteto João Panaggio apresentará na CASACOR 2025 a Casa Paulistana, um espaço de 170m² concebido especialmente para o evento. Esta é a terceira participação do arquiteto carioca, de apenas 29 anos, na mostra de decoração, sendo sua estreia em São Paulo.
A Casa Paulistana é uma das duas únicas estruturas construídas do zero nesta edição da CASACOR São Paulo e, também, a maior entre elas. O projeto parte da reconstrução de uma estrutura metálica reutilizada de outras edições da mostra, CASACOR Rio 2022 e 2023.

“Buscamos refletir sobre sustentabilidade, permanência e um novo modo de habitar a cidade, adotando um caráter sustentável desde o método construtivo até o reaproveitamento do material”, afirma Panaggio.






Desenhada a partir de um triângulo irregular, a planta organiza e integra os ambientes de forma fluida: living, cozinha, sala de leitura, quarto e sala de banho. A luz natural conduz o espaço ao longo do dia, filtrada por claraboias e aberturas estrategicamente posicionadas.
“Essa estrutura, com um grande vão livre de 20 metros, faz referência às utopias do modernismo brasileiro e permite múltiplas possibilidades de uso – uma ideia que se relaciona diretamente à essência mutável do ser humano, refletida na arquitetura”, completa Panaggio.



O projeto também reverbera o movimento do modernismo tropical, tanto na escolha de materiais, como pedras naturais e painéis de madeira de demolição, quanto na presença de espécies nativas no paisagismo, assinado por Pedro Rabelais. Elementos como o piso em Ultraboard (material reaproveitado de outros ambientes da CASACOR São Paulo), os fechamentos em gesso acartonado e o método construtivo seco reforçam o compromisso com práticas sustentáveis.







A arte ocupa papel central no projeto, estabelecendo conexões visuais e simbólicas com a arquitetura. A curadoria, a cargo de Lurdinha Piquet, valoriza a produção contemporânea brasileira e se revela ao longo do percurso pelos ambientes. Na área externa, destacam-se a escultura de Arthur Lescher e a obra de Ana Holck no jardim. No interior, o quadro de Lúcia Koch, acima do sofá, marca a sala de estar, ao lado do quadro de Gabriella Marinho.
A escultura de Marcelo Silveira, em madeira cajacatinga, cria um ponto de transição entre os espaços. Obras de Marina Hachem e Caio Reisewitz estão presentes no quarto, enquanto instalações de Laura Vinci ocupam o banheiro e a cozinha. Na sala de leitura, a estante abriga uma obra de Gustavo Prado.







No mobiliário também figuram nomes do design contemporâneo brasileiro. Fazem parte da ambientação do living, por exemplo, o sofá Rima, de Glauciane Duarte, a mesa de centro Aro (com borda em madeira) e a poltrona Kaiapó, de Marina Dubal – todos da Lider Interiores –, além da poltrona Paulistana, do Jorge Zalszupin, a mesa de centro Mr. Côncava 0060, do Studio Objeto, e a luminária de piso Tirante, da Claudia Moreira Salles.
Na cozinha, destacam-se o pendente Joatinga, de Lucas Takeoka (Novo Ambiente), e as banquetas Manguezal, criação do Maurício Arruda para a Lider Interiores. No quarto, a cama Moara, do Nildo José, a mesa de cabeceira Nuvem, do Estúdio Nada se Leva, e a poltrona com banqueta Benicio, do Estudio Griz, também são da Lider Interiores, enquanto a luminária de mesa Bloco 2F é uma criação do Estúdio MK27 para a Lumini.

Sob o tema “Semear Sonhos”, a Casa Paulistana propõe um olhar sensível para o futuro da arquitetura, conectando memória, materialidade e experiência.
“A sustentabilidade, presente desde o sistema construtivo até a escolha dos materiais, reforça a ideia de um habitar mais consciente e projeta uma visão possível de permanência, pertencimento e renovação”, finaliza o arquiteto.

“A utopia modernista — sonho desenhado pelas mãos de mestres como Artigas, Niemeyer, Lina, Reidy e tantos outros — inspira o traço desta casa que, com reverência, contempla o passado para projetar os anseios do futuro. Nosso projeto nasce do recinto triangular da preexistência, no coração do Parque da Água Branca, marco da Casa Cor São Paulo e primeiro momento do nosso escritório na metrópole paulistana. Luz e sombra se entrelaçam e desenham o espaço, revelando a relação essencial entre o homem e a natureza. O partido arquitetônico inicial é a caixa. Subtraindo, abrindo, criando — um labirinto de sentidos e funções, onde a forma conduz a experiência e o percurso revela o abrigo. Sejam bem-vindos à Casa Paulistana, nosso manifesto arquitetônico para 2025” – arquiteto João Panaggio.
Autoria do projeto: Arquiteto João Panaggio
Nome do espaço: Casa Paulistana
Área total: 170m²
Produção Visual: Aldi Flosi
Curadoria de Arte: Lurdinha Piquet
Fotografia: Denilson Machado, do MCA Estúdio
CASACOR SÃO PAULO 2025
Parque da Água Branca: Rua Dona Ana Pimentel – Água Branca – São Paulo – SP
Visitação: de 27 de maio a 03 de agosto de 2025
Ingresso (valor cheio): R$ 121,00
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Celina Mello Franco