Fique por dentro da Bienal de Arquitetura de Veneza.
Yvonne Farrell e Shelley McNamara são as curadoras da 16ª Exposição Internacional de Arquitetura, que aconteceu desde 26 de maio nos locais de Giardini e Arsenale e em outros locais em Veneza.
A Arquitetura da Bienal de 2018 é intitulada FREESPACE, uma palavra que descreve generosidade de espírito e um senso de humanidade no centro da agenda da arquitetura, na qualidade do espaço em si.
Com esse tema, a Bienal de Arquitetura 2018 apresenta para o público exemplos de pesquisas, propostas, elementos – construídos ou não – de obras que exemplificam qualidades essenciais da arquitetura que celebram a capacidade de encontrar generosidade adicional e inesperada em cada projeto – mesmo nas condições mais privadas, defensivas, exclusivas ou comercialmente restritas.
A edição deste ano se concentra na questão do espaço, da qualidade do espaço, do espaço aberto e livre, público, que pode revelar a presença ou ausência de arquitetura, se entendermos que a arquitetura é o pensamento aplicado ao espaço onde vivemos, que habitamos.
A Exposição traz este ano 63 países e 71 arquitetos e nos incentiva a revisar aforma de pensar, a imaginar novas formas de ver o mundo, de inventar soluções onde a arquitetura proporciona o bem-estar e a dignidade de cada cidadão. Um espaço livre para oportunidades, democrático, não programado e livre para usos ainda não concebidos. A “FREESPACE” abrange a liberdade de imaginar o espaço livre de tempo e memória, unindo passado, presente e futuro juntos, construindo sobre camadas culturais herdadas, tecendo o arcaico com o contemporâneo.
Nesse sentido, dois pavilhões são muito emblemáticos e claros quanto ao assunto, como os pavilhões da França e Alemanha que tratam do espaço livre e público seja no no retrofit de edifícios abandonados como na sua regeneração pós-guerra.
A idéia sugerida pelo título da exposição é que tais lugares, e todos os lugares em geral, devem ser considerados como algo perpetuamente inacabados.
Tal conceito exige mudar a abordagem tradicional do ambiente construído e sua transformação, bem como criar novos instrumentos regulatórios e códigos de construção capazes de lidar com essa mudança de perspectiva já que propõem a integração de espaços não programados, a criação de espaços livres, para a apropriação dos cidadãos, e os chamados “terceiros lugares”, para o trabalho temporário, para instalações públicas, para moradias participativas – locais de trabalho e cultura.
Já a Alemanha com o seu pavilhão “Unbuilding Walls”, com curadoria do escritório GRAFT, faz uma alto-reflexão dos impactos causados pelo Muro de Berlim no que diz respeito ao design urbano e arquitetônico que abordam aspectos de divisão e integração, uma oportunidade para refletir sobre os desenvolvimentos no antigo espaço fronteiriço desde a queda do Muro.
“Unbuilding Walls” analisa projetos arquitetônicos, urbanos e paisagísticos na antiga faixa de fronteira e examina o que aconteceu nesse vazio sem precedentes no meio de uma nova capital.
A heterogeneidade da multiplicidade de abordagens, tipologias, protagonistas e resultados mostram a amplitude dos debates e soluções arquitetônicos.
Tomando a experiência tristemente vivida, a exposição também examina as barreiras atuais, cercas e muros além da perspectiva específica da Alemanha, uma visão global com um documentário audiovisual onde as pessoas que vivem com muros atualmente, que os separam geograficamente em um território ainda em guerra, tiveram a chance de falar sobre sua situação.
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