Projeto corporativo assinado pelo escritório NOP Arquitetura reflete todo o potencial criativo da nova sede de uma empresa de inovação tecnológica, na Barra da Tijuca.
Saem de cena as tradicionais salas com mesas de reunião para dar lugar a ambientes de estar super despojados,
unidos por um grande lounge de descompressão, com direito a espaço para prática de yoga no auditório-arquibancada, bar e a mesa de sinuca.
A sede da empresa Winnin – Tech Empowered Creativity, localizada em um imóvel de 2 andares, foi totalmente remodelada pelo escritório NOP Arquitetura, dos arquitetos Livia Ornellas e Philippe Nunes.
A empresa nova no mercado e com um time de trabalho também muito jovem, queria transmitir através da arquitetura todo o potencial criativo da empresa.
Para isso, a NOP Arquitetura buscou referências no mercado da arquitetura corporativa do que há de mais despojado e atual.
No estilo urbano cosmopolita, já que a empresa tem operações em outras cidades do mundo, a ideia era criar um conceito facilmente replicável, com uma atmosfera própria.
Partiu do princípio que a empresa deve ser uma extensão da sala de estar, preparada para receber de forma acolhedora seus funcionários desde a apresentação estética da empresa até a forma da disposição dos espaços.
Os sócios, jovens entre 35 a 40 anos, solicitaram um projeto de arquitetura do qual a equipe se sentisse parte.
“O projeto foi pensado para os funcionários e seus hobbies, para que eles curtissem ficar ali. Temos espaço para prática de yoga no auditório, o bar e a mesa de sinuca estão sempre concorridos e cada um tem sua sala de estar preferida para reuniões. Todas são forradas com fórmica, possibilitando que escrevam nas paredes. O espaço lounge pode ser transformado em uma balada nas festas quinzenais, com iluminação e aparelhagem de som apropriados. Os banheiros tem ducha para quem quiser malhar nos intervalos do expediente ou pegar uma onda. O auditório não tem cadeiras e pode ser convertido em um grande espaço de relaxamento”, listam os arquitetos.
“A proposta da NOP Arquitetura para os projetos corporativos é desenvolver um olhar menos tecnicista e mais humano sobre todo o processo criativo, desde o briefing de necessidades até as características mais distintas e peculiares que fazem de uma empresa única e diferenciada. Assim, o ambiente como um todo passa a ser parte integrante daquele time, com a proposta de ajudá-lo a atingir seu melhor”, explica a arquiteta Lívia Ornellas.
“Era um assunto recorrente nas nossas reuniões o receio dos clientes de perder a essência, a história e principalmente a identificação do time com o espaço, com o crescimento da empresa.Inicialmente seria apenas um gradil com o luminoso, mas internamente começamos a buscar no Instagram dos funcionários e nos acervos da empresa fotos dos momentos de confraternização da equipe. Ao final foram 500 fotos reveladas e espalhadas pelo painel. Inclusive tem foto da NOP Arquitetura no mural!”, conta Lívia.
No espaço central interligado a todas as salas de reunião do primeiro pavimento, ao salão com mesa de sinuca e ao bar, criaram a Sala de Descompressão, onde acontece, à noite, o happy hour da empresa, com iluminação, som e climatização adaptados para eventos.
Antes da obra, o ambiente possuía um pé-direito muito baixo com o forro.
Os arquitetos optaram por tirar todo o forro, revelando a tubulação aparente e ganhando altura no andar, melhorando a sensação de amplitude do espaço.
As salas de reunião são pequenas salas de estar, com nomes dos locais que fazem parte da história deles: Bar Lagoa e Ousadia e Alegria. (Curiosidade: A empresa,hoje com mais de 100 funcionários e atendendo grandes empresas multinacionais, começou em um apartamento em cima do Bar Lagoa, que pertencia à avó de um dos sócios. A foto desse espaço fica no centro do painel da recepção, com o recado: “para não esquecer de onde viemos”).
O andar inferior foi inspirado em bares no estilo speakeasy, dos tempos da Lei Seca.
A ideia é que o funcionário possa descer e ter seu momento de descontração.
A paleta acompanha essa ideia, com tons mais escuros de cinza e amadeirado no primeiro andar, reforçado pelas cortinas, tijolinho e serralheria com vidro, conferindo um clima mais industrial.
Em contraponto, o segundo andar tem um visual mais formal, amplo, claro e arejado.
O grande bar e a mesa de sinuca estão sempre abertos para os funcionários interagirem.
“Esse espaço começou como auditório, mas depois entendemos que precisava ser uma espaço mais fluido, tipo arquibancada, em que os funcionários pudesse relaxar, fazer yoga, ler ou até ser usado para palestras. Virou o ambiente queridinho da galera”, conta Philippe.
“Acreditamos na imersão como a matriz básica para o sucesso dos nossos projetos corporativos. Apostamos na ideia de que mais do que um escritório de arquitetura contratado, passamos a ser o setor de projetos daquela empresa, num mergulho profundo em seu business, valores e métodos para a partir disso temos as informações necessárias para a composição do projeto” afirma o arquiteto Philippe Nunes.
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Celina Mello Franco
Liliane Abreu
