Quem tem pet em casa sabe: o tapete acumula pelos, o sofá se torna cama, a almofada vira item de disputa e até as cortinas podem acabar virando brinquedo. Por isso, é sempre importante definir os acabamentos certos para o décor de interiores.
Mas o que é preciso incluir dentro dos critérios do ambiente? Tecidos resistentes e práticos para a limpeza, e, algumas vezes, precisamos deixar (um pouquinho) de lado o extremo toque aconchegante que a gente tanto gosta?
As arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos, à frente da Dantas & Passos Arquitetura, explicam que hoje já é possível conciliar design e praticidade sem abrir mão de nenhum dos dois.

“Não precisamos escolher entre ter um sofá bonito ou um sofá que resista aos pets, pois o mercado oferece excelentes escolhas pet-friendly”, esclarecem.
Qual tecido para o meu sofá?
Primeiramente, vale entender um detalhe imprescindível sobre esse tema: a trama nada mais é que a forma como os fios são entrelaçados.

“Quanto mais fechado for esse arranjo, menor a chance deles repuxarem, acumular pelos ou sofrer com arranhões. Já os tecidos mais abertos, como o linho puro, são mais frágeis e correm o risco de danificarem”, explica Paula Passos.
Experiente, a dupla aborda os detalhes sobre os tecidos mais usados no décor de interiores:
- Suede: com toque macio e trama fechada, a limpeza é bastante simples. Para Danielle, “o interessante é que ele sempre entregará um visual elegante”;
- Couro sintético: embora muitos moradores demonstrem o receio de utilizar, Paula afirma que o couro é uma alternativa bacana, pois não gruda pelos, resiste às mordidas moderadas e é impermeável para a intensidade leve de líquidos. Segundo Paula, “basta um pano úmido para higienizar”;
- Veludo tecnológico anti pelo: com a evolução da indústria têxtil, esse material é sofisticado ao toque e, ainda por cima, não acumula pelos;
- Sarja impermeabilizada: com seu aspecto natural, agrega vantagens semelhantes aos demais;
- Linho sintético: diferente do original, suporta muito bem a vivência dos bichinhos de estimação;
- Acquablock (impermeável): ideal contra líquidos e manchas, é perfeito para quem tem pets mais bagunceiros;
- Para áreas externas: as especialistas consideram a robustez da lona e tecidos acrílicos que, ainda por cima, resistem às intempéries da natureza.
E nas almofadas?

No dia a dia, as almofadas se transformam, facilmente, em mordedores e cabos de guerra. Danielle e Paula relatam que, para não abrir mão delas, a dica é considerar os tecidos listados acima e sempre contar com a opção de remover para lavar.
“Não recomendamos modelos com franjas longas e aplicações soltas. Para não tirar o prazer dos acabamentos, indicamos bordados mais firmes e detalhes sutis e vale destacar que o mesmo se aplica às mantas decorativas”, enfatizam.
Para as cortinas

No caso das cortinas, o indicado é priorizar tecidos de trama firme tal qual o blackout em poliéster, gaze de linho sintético, persianas de PVC ou telas solares.
Em casas com gatos, as arquitetas fazem a advertência para evitar modelos longos que toquem o chão, já que os felinos têm o hábito de escalar e puxar os fios. Tecidos delicados como o voil puro? Nem pensar! As arquitetas ainda comentam que “as cortinas são indispensáveis no dia a dia para o décor e, para tanto, os tecidos sintéticos entregam um caimento belíssimo e durável”.
Os pets dormem comigo, e agora?

Para quem divide a cama com seus bichinhos, a roupa de cama apropriada faz muita diferença. Para as profissionais, o percal 200 fios ou superior é uma das melhores escolhas, uma vez que reúnem a suavidade e resistência para lavagens frequentes. Outra possibilidade é a microfibra premium, de boa qualidade, que além de não reter pelos, seca rápido e é apropriada para o uso intenso.
No frio, tecidos mais pesados como o matelassado de algodão ou cobertores em microfibra mantêm o quentinho necessário e são notas 10 em todos os requisitos. Com a chegada do calor, o melhor é considerar tecidos leves e respiráveis, como percal e malha fria, que entregam conforto térmico e podem ser lavados com praticidade.
Posso usar cores e estampas?
Na escolha da paleta, tons médios como cinza, bege escuro, fendi e caramelo se mostram estratégicos e ajudam a disfarçar manchas, pelos e sinais de desgaste. Também vale a pena dispor de estampas miúdas ou mesclas para manter o visual sempre impecável.
Extra: como prolongar a vida dos tecidos

Além da escolha certa, é possível investir em tratamentos que ampliam a vida útil dos estofados, caso da impermeabilização profissional, uma grande aliada contra líquidos. Além, claro, das mantas e capas laváveis que protegem as áreas de maior contato com os pets.
Por fim, vale lembrar que não é só o tecido que faz diferença: direcionar o comportamento dos pets também é fundamental. Brinquedos e arranhadores (no caso dos gatos), entregam atividades para que doguinhos e gatos gastem a energia da melhor forma.
Projeto: Arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos
Fotógrafos: Henrique Ribeiro; Maura Mello e Eduardo Pozella
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Celina Mello Franco
TAG: tecidos pet-friendly, Dantas & Passos Arquitetura, décor de interiores

