Recentemente conheci um projeto superinteressante desenvolvido pela paisagista Carla Pimentel: os jardins terapêuticos. Você já tinha ouvido falar? Segundo ela, eles são “um bálsamo para a alma!”
A autora do projeto é também psicóloga e cientista de sustentabilidade. Sabe bem o que está propondo pois fez pós-graduação em planejamento e gestão ambiental e em planejamento ambiental urbano.
Essas diferentes formações acadêmicas trouxeram um novo olhar para Carla, que conseguiu fazer um link entre os aprendizados, trazendo uma ressignificação para o paisagismo, um olhar mais humano, sensível e sustentável, visando o bem-estar e a saúde.
Mas Carla chegou à conclusão que precisava aprofundar ainda mais seus estudos e concluiu o mestrado em ciência da Sustentabilidade cujo foco central da pesquisa eram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Foi justamente o trabalho final do Mestrado, a dissertação Jardins Terapêuticos como uma tendência mundial, que norteou a criação do IBJT, o Instituto Brasileiro de Jardins Sustentáveis, para disseminar o conhecimento sobre o uso dos espaços construídos ao ar livre que têm um grande potencial de promover benefícios para a saúde e o bem-estar.
Carla já prestou serviços para mineradoras com projetos de reabilitação funcional e estética de áreas degradadas, foi secretária de Urbanismo e Meio Ambiente de Itaúna, em Minas Gerais e atua como perita ambiental, avaliando a dimensão de danos cometidos ao meio ambiente e na emissão de laudos periciais.
Na prática, Carla Pimentel explica que não se tratam de jardins comuns, pois há várias características especiais que devem ser respeitadas para que sejam terapêuticos.
“Para isso, devem exercer a função de gerar bem-estar aos seus usuários, diante da conexão com suas plantas, seus aromas, suas cores, texturas… Por meio desse encantamento, os sentidos são envolvidos e estimulados positivamente”, explica.
Esse tipo de paisagismo tem grande influência sobre a saúde de pessoas internadas em hospitais e clínicas já que oferece momentos de distensão, de contato com a natureza, sendo que em alguns projetos há a inclusão de bancos para contemplação e meditação, além de ser um descanso entre os caminhos.
“Os jardins terapêuticos vão promover uma conexão da pessoa, de maneira individualizada, com o espaço verde e essa ligação vai trazer benefícios para saúde e bem-estar“, diz ela, que vê crescer o interesse dos profissionais da área de saúde por esse tipo de tratamento complementar.
Carla ressalta, entretanto, que todos os ambientes de jardim, como praças, parques, ambientes corporativos, ou hotéis, SPAs, casas, fazendas, apartamentos e condomínios podem usufruir deste conceito de jardins terapêuticos, que é totalmente inclusivo.
Para Carla, há grande potencial desses espaços verdes no país. “O Brasil é um dos países com maior biodiversidade do mundo e apresenta variados ecossistemas com diferentes características”. É em sua fazenda no litoral fluminense que a paisagista está desenvolvendo esse projeto inovador, aproveitando as nascentes de rios, a Mata Atlântica e uma flora riquíssima do lugar.
O Instituto Brasileiro de Jardins Terapêuticos foi inaugurado neste mês de junho, no Rio de Janeiro, para disseminar o conhecimento sobre o uso dos espaços verdes construídos ao ar livre, uma tendência mundial, junto com o lançamento do livro guia “Jardins Terapêuticos em instituições de saúde – benefícios, características e implementação”, de autoria de Carla Pimentel, com prefácio da Dra. Eliseth Leão, pesquisadora do Hospital Israelita Albert Einstein.
“Tudo é comprovado cientificamente; os benefícios são uma realidade”, declara.
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