Onde mora o perigo? Para quem vive no Rio de Janeiro a resposta é fácil: nas pedrinhas portuguesas ou nas calçadas de cimento destruídas por raízes de árvores. Esta colunista que vos escreve andou sumida porque tal qual a Terezinha de Jesus da canção, “de uma queda foi ao chão” (até rimou, mas Deus me livre…) Como consolo descobri um provérbio japonês que diz “Se cair sete vezes, levante-se oito”. E vamos em frente!
Pegando carona na sabedoria oriental, queria contar que tenho visto inúmeros ambientes pontuados com as luminárias esféricas, que fizeram furor nos anos de 1960/1970 e seguem sendo queridinhas por quem gosta de bom design.
Sua origem é difusa e tem várias versões. Parece que as lanternas apareceram primeiro na China onde monges as acendiam para honrar Buda. Isso aconteceu, imaginem, antes de Cristo. A tradição foi sofrendo mudanças e acabou sendo incorporada por diversos países do Oriente. No China, quase sempre eram vermelhas. Já no Japão, ganharam desenhos delicados.
A luminotécnica Chean Hsui , que esteve à frente da La Lampe no Rio durante muitos anos, conta que era tradição as crianças correrem durante as festividades com lanternas vermelhas.
“Atualmente as luminárias redondas de papel com estrutura de metal ou bambu voltaram a ser procuradas. E elas podem ser encontradas no bairro da Liberdade, em São Paulo”.
As Akari Light Sculptures – criadas pelo artista nipo-americano Isamu Noguchi (1904- 1988) em 1951, têm um significado poético: Luz e Leve. Além dos dois primeiros modelos, o artista desenhou mais de 100 em formas e tamanhos totalmente diferentes. O papel usado em sua confecção é o washi, feito da casca da amoreira, cortado em tiras para adaptar-se ao tamanho do modelo e depois colado na estrutura de bambu.
Quase na mesma época, o designer George Nelson (1908/1986), obcecado por uma luminária que vira na Suécia, mas de custo muito alto, resolveu criar um modelo parecido, uma esfera feita de fios de aço sob tensão pulverizada com verniz resinoso e uma fina camada de plástico, a Nelson Bubble, que depois se desdobrou num conjunto de peças produzidas em diversas formas.
Essa volta ao passado recente, chamada de estilo Mid-Century por se apoiar na estética modernista e no design escandinavo, surge como uma cápsula do tempo, mas adaptada ao novo milênio. E as luminárias esféricas se multiplicam em composições que juntam o modelo – antes solitário – aos seus pares em combinações nada monótonas.
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