Passado e presente: mostra Modernos Eternos em BH

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Passado e presente:
um casamento perfeito, celebrado pela
Modernos Eternos em BH

Conhecida por enaltecer a união entre peças antigas e contemporâneas, a edição mineira da mostra acontece neste ano em formato híbrido. São 35 ambientes, 44 profissionais e mais de 70 parceiros, entre apoiadores e fornecedores, no evento que também abre as portas para a arte e a cultura

A mistura entre peças antigas e contemporâneas é um dos preceitos que guiam o evento, também um espaço aberto para a cultura. Nesta 6ª edição, são 35 ambientes assinados por 44 profissionais, e mais de 70 parceiros, entre apoiadores e fornecedores, ocupando o Colégio e Faculdade Arnaldo, construção que figura entre os ícones da cena arquitetônica na cidade.

Um dos principais objetivos da Modernos Eternos é dar visibilidade para profissionais e fornecedores, ampliando a noção da simples exposição de seus trabalhos, para uma realidade mais palpável sobre as oportunidades de comercialização, fomentando o mercado de arte, design, decoração, arquitetura, e toda a cadeia produtiva do setor, incluindo os lançamentos anuais.

A personalidade da mostra está em promover estímulos e experiências sob um ponto de vista cultural e de lifestyle diferente, unindo o design consagrado a objetos com significado atemporal.

Nosso objetivo é levar essa experiência única, em que o visitante se sente passeando por uma galeria de arte, uma exposição contemporânea com suas instalações, ou mesmo um museu, compartilhando e expandindo o conceito da mostra (ver, sentir, apreciar e aprender) para outros públicos“, diz Josette Davis, curadora e realizadora da mostra na capital mineira.

Para os profissionais participantes, liberdade de criação. Em propostas para quartos, ambientes de convivência, home office, redutos gourmet, recintos dedicados à arte, e muito mais, arquitetos e designers ficaram à vontade para escolher o motivo de cada projeto, e o resultado são propostas belas, refinadas e arrojadas. Encontros de nomes consagrados do ramo e jovens talentos, com personalidade marcante, que caminham em um sentido de renovação do mercado da arquitetura e decoração.

Ex-alunos ilustres do Colégio Arnaldo também são homenageados pelos profissionais da mostra. Nos ambientes, referências a Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Brant, Toninho Horta e Henfil, por exemplo.

 

O IMÓVEL

Fachada do Colégio Arnaldo, inaugurado em 1912 , preparada para a mostra de decoração Modernos Eternos

O Colégio Arnaldo foi inaugurado em 5 de janeiro de 1912 em um casarão primeiro localizado na Rua Timbiras. O terreno onde fica atualmente estava reservado para a construção de um palácio da Exposição Permanente, de que Bernardo Monteiro, prefeito à época, era um entusiasta. O novo endereço, onde está até hoje, foi então liberado para ser mais um espaço da Congregação do Verbo Divino em solo brasileiro, da qual o padre Frederico Vienkel, arquiteto responsável pelo projeto, fazia parte.

As obras foram iniciadas em 1914 e concluídas em 1935. O prédio permanece como uma das referências mais marcantes na paisagem arquitetônica da capital mineira. Bebendo na fonte da arquitetura neoclássica e também com traços ecléticos, a sede do Complexo Padre Arnaldo Janssen destaca-se na paisagem da cidade com valor histórico e cultural imensurável. O imóvel foi tombado pelo patrimônio histórico do município em 1992.

Alguns ambientes:

Gabinete da Colecionadora / Luciana Garcia

Ambiente Gabinete da Colecionadora na mostra Modernos Eternos Bh, Ambiente todo pintado de azul

Ambiente da mostra Modernos Eternos em BH. Sala pintada de azul, com sofá azul e tapete preto e branco

Ambiente da mostra Modernos Eternos BH. Gabinete da colecionadora todo pintado de azul.

Em algum lugar da cidade, um pequeno gabinete acolhe o cotidiano de uma mulher artista que coleciona objetos, afetos e lembranças. Um telégrafo antigo guarda uma mensagem nunca foi enviada, pássaros empalhados eternizam o último movimento em vida, antigas lupas exploram a parte invisível das memórias, slides são projetados na parede para conectar o olhar de que os vê e de quem os viu, pedras brutas dialogam com pedras lapidadas disputando entre si a razão de ser ou não ser joia. A colecionadora está parada olhando a vida dos objetos do gabinete. Ela rememora o passado e pensa sozinha: “O único e verdadeiro paraíso é o paraíso perdido”

O ponto de tensão entre memória e contemporaneidade é ponto de partida deste projeto. Um espaço que opera como refúgio introspectivo da personagem que lhe utiliza é na verdade um misto entre sala de estar contemporânea e o gabinete de curiosidades do século XVII. A cor escolhida, o azul, pretende apreender a nobreza de um tempo (áureo) que não existe mais. A cor opera como um elemento calmo e distante.

Sala do colecionador – Arte Popular / Cássio Gontijo

Ambiente acolhedor, leve e tropical, pensado para abrigar coleção de arte popular e moderna, de cliente que valoriza a cultura mineira e a história do Brasil.

Ambiente acolhedor, leve e tropical, pensado para abrigar coleção de arte popular e moderna, de cliente que valoriza a cultura mineira e a história do Brasil.

Ambiente acolhedor, leve e tropical, pensado para abrigar coleção de arte popular e moderna, de cliente que valoriza a cultura mineira e a história do Brasil.

O espaço foi idealizado a partir de uma base neutra, mantendo a estrutura original da sala no Colégio Arnaldo, edifício histórico fundado em 1912, em Belo Horizonte. A composição do ambiente enaltece a cultura artesanal do interior de Minas Gerais contrastando com arte e móveis modernos, além de móveis do século XIX, mesclando épocas, estilos e procedências com harmonia e sofisticação.

A estrutura original foi mantida, respeitando inclusive o piso original em taco. As paredes foram revestidas com textura em papel reciclado da Ecodecor. Cortinas em linho sugerem a simplicidade do interior e traz frescor. Mesa de cavalete e banco mineiro do século XIX, da Sandra & Márcio. Peças do Vale do Jequitinhonha e do interior de Minas, exaltam a cultura artesanal. Jaguatirica e urubu empalhados, parte do acervo dos padres que fundaram o Colégio Arnaldo.

Espaço 31 Mobiliário / Zanini de Zanine

Ambiente na mostra Modernos Eternos BH

Com intuito de evidenciar uma estética orgânica e geométrica, o Espaço 31 apresenta um ambiente onde a arte e o design nacional se entrelaçam.

Esta exposição contempla os trabalhos assinados de diferentes e renomados designers, como Olavo Machado-MG, utilizando-se, como marca, do aço em suas obras; José Zanine Caldas-BA, em cujo trabalho desenvolveu sua paixão pela madeira; Ronald Sasson-PR, que desafia o mármore em suas peças; e Zanini de Zanine-RJ, que dedica-se na produção de móveis com madeira maciça e carpintaria contemporânea.

Este ambiente conta com o acervo de design do 31 Mobiliário aliado à seleção de obras do Escritório Marcela Bartolomeo.

 

O Quarto de Estar / Ana Bahia

Quarto de estar na mostra , Modernos Eternos BH

Quarto de estar na mostra , Modernos Eternos BH

O conceito de estar se julga transitório, mas não é o caso deste ambiente. Para o usufruir por longos períodos é importante que o quarto traga o aconchego e acolhimento necessários para tal, através de texturas nobres fiz esse convite. Um passeio por décadas em um mesmo espaço pode justamente nos conceder essa pausa para o descanso, já que nos remetem a sensações de segurança, conforto e nostalgia.

Eternizado pela luz que entra de forma calma pelas frestas das cortinas, O Quarto de Estar traz todos esses sentimentos à tona; fazendo uma mescla entre o que é clássico com ideias de requinte muito frequentes na arquitetura e design italianos, que de certa forma presta uma homenagem a essa cultura de interiores, que sabe reunir diferentes décadas de história com o olhar clean atual; Porém aqui numa releitura desse estilo utilizando o aclamado design modernista nacional.

Na antessala já é possível ver as influências do espaço, com sofá e poltrona texturizaras clássicas do Lafer que se iluminam contrapostas às luminárias do Jader Almeida. Neste momento também entram as cores e formas propostas pelas obras de arte, que preenchem e solidificam as demais texturas do espaço. Ao fundo a máxima do acolhimento na cama assinado por Zanini, com formas orgânicas balanceadas pela cabeceira em mármore travertino. O Quarto de Estar nada mais é do que um convite para ficar.

Sala de Leitura / Sathler e Camargo

Estão derrubando a casa onde nossa família morava e sentimos esta perda. Chamam de progresso, avanço urbano, mas para mim que tivemos esta percepção, nada mais é que declínio e retrocesso na maneira de viver.

Lembro da sala, onde meu avô e a família se reunia, ora para escutar o som do violão que ele tocava e outras vezes, e muitas, para as leituras prediletas. Com a lareira acessa e a mente ligada às linhas de escritores famosos, com o calor do pensamento os sonhos vividos eram realizados. Lógico que existe a saudade daquele ambiente de atmosfera envolvente e sempre lembrada, pois havia compreensão e amor nos atos familiares.

Uma taça de vinho, conversas com o olhar nos olhos. Nada de televisão, brigas e desunião, infelizmente cenas comuns do cotidiano. Ele, o professor respeitado, firme em seus propósitos, sério, mas que conseguiu colocar seu nome na história da educação em nossa cidade de Juiz de Fora”.

Hoje o Professor Júlio Camargo é nome de rua, mas é muito mais que isto no coração dos familiares. Aposentou do Ministério da Educação e da Universidade Federal de Juiz de Fora, mas nunca parou de trabalhar.

Suas idas ao sítio e seu cuidado com as plantas e conhecimento da ecologia também ficaram como exemplo, e sempre deixaram, até sua partida, o lar sempre florido e a vida dos descendentes plenos de cores, sonhos realizáveis e amor imensurável.

Restaurante O CONCERTO / Gustavo Penna e Sandra Penna

Passado e presente: um casamento perfeito, celebrado pela Modernos Eternos em BH. Fachada da entrada da mostra

O auditório do Colégio Arnaldo, inaugurado em 1912 passou por uma transformação para abrigar o restaurante da mostra de decoração, Modernos Eternos em BH.

O auditório do Colégio Arnaldo, inaugurado em 1912 transformado em restaurante na mostra Modernos Eternos BH 21

O auditório do Colégio Arnaldo, inaugurado em 1912 abriga o restaurante de mostra Modernos Eternos em BH

O auditório do Colégio Arnaldo, inaugurado em 1912 em Bh

Bar no restaurante na mostra Modernos Eternos BH que esta no auditório do Colégio Arnaldo, inaugurado em 1912

O auditório do Colégio Arnaldo, inaugurado em 1912, passou por uma grande transformação para abrigar o Restaurante O CONCERTO, criado por Gustavo Penna e sua irmã, a designer de interiores e colecionadora Sandra Penna, para a mostra Modernos Eternos 2021.

O projeto destaca a relação da história com a contemporaneidade, tomando como partido a conexão do local com a música, evidenciada em toda a sua extensão. Um ambiente eclético, com forro pintado com motivos musicais, instrumentos e os grandes compositores clássicos como Carlos Gomes, Bach, Beethoven, Mozart e Chopin.

O restaurante funciona com operação da Popolare e comando do Chef Raffaele Autorino em parceria com o Chef Leo Paixão e recebe apresentações musicais durante toda a mostra, transformando-se em palco de encontros e apreciação da cultura, da arquitetura e do design atemporal.

Crédito das fotografias: Gustavo Xavier

Serviço:
Modernos Eternos BH 2021 – 6ª edição
De 21 de setembro a 7 de outubro
Terça a sexta de 15h às 22h, sábado de 13h às 22h e domingo de 13h às 19h
No Colégio e Faculdade Arnaldo: Praça João Pessoa, 200, Funcionários

Ingressos: modernoseternosbh.byinti.com

(A venda de ingressos é realizada somente por esse site. Não há venda de ingressos na bilheteria)

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Celina Mello Franco

 

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