A comparação é super exagerada, mas a primeira vez que pensei que ficaria de quarentena foi em 2010, em Milão durante a Feira do Móvel. Culpa das cinzas do vulcão islandês Eyjafjallajökull que paralisaram a maior parte dos aeroportos da Europa.
E porque estou falando disso?
Porque a pandemia me tornou fã incondicional dos seriados nórdicos, de ritmo bem diferente dos blockbusters americanos. Acrescento aqui um detalhe: têm sempre muita neve e florestas imensas, que adoro.
Aliás dizem que “carioca não gosta de dias nublados”, mas com certeza se derrete por uma lareira. E aí me incluo…
Tivemos dias bem fresquinhos na semana passada. Dias perfeitos para assistir (anotem) Trapped, Nobel, Bordertown, Areia Movediça, The Bridge, Borgen, Wallander e o premiado The Killing.
Todos passados na Finlândia, Noruega, Suécia, Islândia e Dinamarca. Fiquei íntima de Reykjavik e Malmö, passeei pelos rios e fiordes imaginando os vikings, me surpreendi com uma mulher primeiro ministro preparando o jantar todas as noites em sua própria casa.
A imprensa europeia chama as séries policiais de Scandi-noir e seu sucesso parece estar tomando conta do streaming.
E porque estou falando disso?
Porque faz tempo que os “vulcões nórdicos” derramam seu talento fora das telas de TV. O estilo escandinavo está na ordem do dia e os seus designers ganharam o mundo com uma linguagem pura e limpa.
Ah sim. Pausa para acrescentar que o restaurante dinamarquês Noma foi considerado um dos melhores do mundo. E agora serve até hamburguer!
Se ainda não conhece os artistas, vale explorar as biografias de vários talentos cujo trabalho é apreciado até hoje.
O design finlandês está em todas as áreas e existe até um museu, o “Finland Design Museum”, fundado em 1873, que abriga uma grande coleção de peças assinadas.
Seus designers mais conhecidos são Alvar Aalto (1898 – 1976), autor profícuo que tem entre suas criações a cadeira Pamio; Maija Isola ( 1927 -2001, uma das principais designers da marca Marimekko), Eero Aarnio ( 1932), que tem entre seus produtos as cadeiras Ball e Bubble ou a linha de vidros de Timo Sarpaneva(1926-2006).
Sem esquecer Eero Saarinen (1910 -1961), cuja mesa é uma das preferidas de dez entre dez arquitetos e decoradores.
Ícones dinamarqueses frequentam as casas mais antenadas do mundo. Kaare Klint ( 1888 – 1954) é considerado o pai do design dinamarquês já que fundou uma escola de design dentro da Royal Academy da Dinamarca.
Por lá passaram vários de seus conterrâneos, cultuados até hoje. Poul Henningsen(1894 -1967), criou uma luminária, a “Alcachofra” de formas instigantes.
Quem não conhece a Panton Chair, desenhada por Verner Panton(1926 -1998) a primeira cadeira feita em plástico moldado? Ou sua Cone Chair, que parece inspirada numa casquinha de sorvete?
Lembrem-se que foi na Dinamarca que surgiram os famosos brinquedos de armar Lego e que em 1925, Peter Bang e Svend Olufsen fundaram uma das mais conceituadas empresas de high end do mundo.
Arne Jacobsen(1902 -1971) é outro nome conhecido: são de sua autoria a poltrona Egg e a cadeira Ant.
Terra da Aurora Boreal, de Ingmar Bergman, das embalagens Tetrapack, da Volvo e berço das lojas Ikea, a Suécia esbanja beleza com seu design minimalista e um elenco de artistas que se renova a cada ano.
Desde o pioneiro Anders Beckman(1907 1967), até Bruno Mathisson(1907 -1988), que desenhou vários modelos entre os quais se destacam Annika round tables e a Eva arm chair.
Na Noruega, formas simples dominam a estética e novos designers começam a despontar no cenário. Andreas Engesvik (1970) é um expoente. Sua poltrona Bollo é dos dos hits do designer que também criou a Portrait chair para a Herman Miller.
Um dos mais cultuados é Arne Tjomslard(1915 -1970) que esculpia pequenas estatuetas reproduzindo a fauna nórdica assim como Inuits e vikings, tanto em madeira quanto em osso de baleia.
As casas cobertas com turfa estão presentes na paisagem da Islândia, uma grande ilha vulcânica(olha o vulcão aí de novo…) com uma curiosidade que eu gostaria de compartilhar: a crença de alguns habitantes de que elfos realmente existem.
O design de moda é altamente bem visto e os novos designers de objeto estão firmando seus nomes no mundo das artes. É minha próxima parada assim que terminar a pandemia.
Se Deus quiser.
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