A semana da Conexão Décor na CasaCor São Paulo 2019 – Parte III
Fomos ver de perto a 33a. Edição da CasaCor São Paulo, que começou dia 28 de maio e acontece até o dia 04 de agosto de 2019.
O tema desse ano é o Planeta Casa que entende o lar como o universo particular do indivíduo, no qual a sua essência está transcrita por todo o décor.
Três pilares essenciais para traduzir o tema nos seus espaços: afetividade, tecnologia e sustentabilidade.
A união disso tudo representará um lar perfeito para viver e expressar o amor pela vida, usufruindo das novas facilidades contemporâneas e respeitando o meio ambiente.
As interpretações para a ideia de casa como refúgio esbarram na subjetividade de cada profissional, de forma que os ambientes expressam um pouco do íntimo de cada um.
Nesse terceiro post separamos :
NAOMBI ABE ASSINA O LIVING DO COLECIONADOR
A paixão por arte, design e arquitetura, foram a inspiração da designer de interiores Naomi Abe para a criação do seu projeto, espaço denominado “Living do Colecionador”, com 80m².
Com o desejo de criar um espaço aconchegante e pensando num cliente que também fosse apaixonado por arte, design e arquitetura, Naomi projetou um espaço de entrada como um cubo minimalista e monocromático de ladrilhos hidráulicos verdes para que os visitantes pudessem entrar e logo sentar para contemplar os trabalhos dos artistas como em um museu.
Assim, obras de Niura Bellavinha (Articulado Rodapé), Flavio Cerqueira (“A Traição do Olhar”), Marcia Pastore (sem título) e as arandelas Arco do Estudio Rain, que mais parecem duas esculturas douradas na parede, estão dispostas pelo espaço.
No teto, Naomi projetou um caminho iluminado com círculos interligando entrada (antessala) e o living, inspirada na arquitetura modernista dos anos 1950.
Logo ao centro do living a luminária de Lina Bo Bardi, fabricada pela Lumini, longo sofá de veludos verdes Artefacto de 5m, as cortinas verdes , a mesa lateral verde e o piso tb verde fazem do espaço quase monocromático.
Em contraste, o tapete do artista Alfredo Barbosa de Oliveira feito pela Punto & Filo, quebra a monocromia com a sua beleza.
Outra obra que merece destaque é o quadro Mulata de Di Cavalcanti, a arte contemporânea dos neons do artista espanhol Ivan Navarro e a escultura (Les Bijoux de Madame Sade) de Tunga, todos da Galeria Almeida e Dale.
Voando temos a obra poética de Jorge Mayet, da Galeria Inox.
Sobre as peças de design nacional temos o abajur e mancebo Minotauro do Estudio Orth, o galão, os pratos e vasos troncos todos negros da designer Claudia Issa, da Konsepta, o vaso em prata na mesa de centro do designer Guilherme Wentz, da Novo Ambiente.
Sobre os designers estrangeiros, destaque para as peças vintage como o prato do Fornasetti, o elefante e os pássaros do casal Eames (Vitra), a coleção de bonecos de Alexander Girard Vitra), relógio George Nelson (Vitra para Micasa) e o abajur Snoopy de Achille Castiglione que completou 50 anos em 2018.
A essas peças de design juntam-se, de maneira harmônica, algumas peças de antiguidades do Arnaldo Danemberg Antiquário (baús e caixas) e de Marcos Rezende, escultura de hipopótamo da artista Sonia Ebling, e os muranos verdes da loja Teo.
Para arrematar, arranjos florais e as samambaias voando colocadas em kokedamas da florista Aline Matsumoto, e a borboleta aquarelada pintada pelo joalheiro Mario Pantalena.
FERNANDA MOREIRA LIMA ASSINA HOME OFFICE DE FAMÍLIA
Idealizado para acomodar todos os membros da família, Fernanda Moreira Lima assina o Home Office da Família.
Leveza e acolhimento são as palavras que definem espaço da primeira participação da arquiteta na CASACOR SP.
Um ambiente para fazer a transição entre a área social e a área íntima, para acomodar todos os membros da família, em diferentes momentos, mas sempre de forma acolhedora, leve, alegre e luminosa.
Como ponto de partida, a profissional usou o projeto arquitetônico da estrutura existente no próprio Jockey: o teto curvo original da edificação foi mantido e recebeu textura de cimento queimado remetendo às “cascas” de concreto do mestre Oscar Niemeyer.
Já na iluminação, Fernanda decidiu não ter um único ponto de luz no teto, uma vez que a estrutura curva é tombada pelo patrimônio histórico e não poderia sofrer intervenções.
Desta limitação veio a inspiração: fã de Lina Bo Bardi, a arquiteta imediatamente se recordou da famosa “Casa de Vidro”, onde o único ponto de luz no teto é o pendente da cozinha.
E assim, nasceu uma iluminação 100% indireta.
Outro destaque foi o “pórtico aparador” ao fundo do espaço, criado com dupla função: servir de apoio para o sofá e abrigar um painel de tela tensionada, criando a ilusão de janela com luz natural, dando profundidade do olhar.
Na decoração do ambiente a mesa “Orgânica” projetada pela arquiteta especialmente para este espaço, sem lados definidos e bordas curvas.
As mesas laterais, semi-encaixadas no ‘pórtico aparador’ são leves e podem ser facilmente deslocadas sem a necessidade de retirar peças de decoração.
O décor reúne grandes mestres do design nacional: cadeiras Geraldo de Barros e Sérgio Rodrigues (homenageando Oscar Niemeyer), poltrona Zanini de Zanini, mesas de apoio Jader Almeida, sofá premiado de Marcus Ferreira e mesas laterais também de Marcus Ferreira.
Todas as luminárias também são de estúdios nacionais, além da mesa, design da própria arquiteta, tudo pensado valorizando o poder e a elegância do design brasileiro.
Sobre a paleta de cores, Fernanda estudou para equilibrar tons quentes e frios que criassem uma sensação de acolhimento e tranquilidade. Dando assim, uma percepção lúdica a um espaço de trabalho, normalmente monocromático, mas também fugindo do excesso de cores o que poderia ser uma distração.
Preocupada com as medidas sustentáveis, a profissional, escolheu aproveitar a estrutura do Jockey.
Assim, o piso foi feito em assoalho de madeira e foi suspenso, montado sobre barrotes que podem ser 100% reaproveitados.
Além disso, a iluminação é 100% de led e todas as tintas à base de água.
MARCELO SALUM ASSINA LOFT ÁRVORE DA VIDA
Inspirado no filme “A Árvore da Vida”, do diretor Terrence Malick e estrelado por Brad Pitt e Sean Penn, o arquiteto Marcelo Salum buscou referências no drama para dar vida ao seu loft, com cerca de 107m², que batizou de “Loft Árvore da Vida”.
“O filme faz uma reflexão filosófica de como os traumas que carregamos para nossa vida adulta estão ligados à nossa educação, acredito que a casa, sendo uma de nossas camadas como a pele e a roupa, pode conter proporções e materiais que ajudem a curar esses traumas”, explica o arquiteto.
A busca da essência, dos primeiros aprendizados, da importância da família foram o ponto de partida para Marcelo projetar o loft, tudo lembrando o conceito da criação.
A referência mais marcante com o filme é vista no hall de entrada, quando se depara com uma árvore criada especialmente para o ambiente pelo artista plástico Alexandre Mattos.
Um balanço, logo ao lado, traz diversas simbologias, entre elas a do desejo de liberdade e do reencontro com a inocência perdida.
Como o filme é situado nos anos 1950, Marcelo se inspirou na estética desta década. Assim, móveis de diversos designers como Domingo Tótoras, Charles Eames, Ana Neute, Cristiana Bertolucci, Jader Almeida, Sérgio Rodrigues, Antoni Arola e do Estudio Fresa, parceria entre os arquitetos Frederico Cruz e Salum estabelecem um harmonioso diálogo com peças do Arnaldo Danemberg Antiquário ajudando a compor essa atmosfera.
A marcenaria colorida, típica da época, abriga todas as funções do loft se apropriando da forma longitudinal do espaço. A cor escolhida pelo profissional para trabalhar o ambiente como um todo foi o amarelo, criando uma alusão ao sol já que a luz é fundamental para o crescimento da Árvore da Vida e, consequentemente, de todos os seres. Assim, desde a iluminação (que dá um ar de aconchego para o espaço), até a laca da marcenaria, detalhes dos tecidos, cor das paredes, revestimento do banheiro, entre outros foram pensados nesse tom.
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Celina Mello Franco
Liliane Abreu