Convidados para “pirar” na criação de duas vitrines, principalmente do jeito que a inspiração mandar, os arquitetos Juliana Pippi e Marcelo Salum tinham somente em mãos, como ponto de partida, a metragem à disposição e também algumas peças que deveriam compor o elenco do mobiliário.
Sendo assim, cada um trilhou caminho próprio, com atmosferas bem distintas, apostando em sensações de calma, aconchego e tranquilidade.
Bolado por Juliana Pippi, “Noites Tropicais” é um convite para curtir a vida e os amigos a céu aberto.
A arquiteta assumiu o verde como o tom predominante do pedaço e armou, então, um cenário simulado em meio à floresta.
“Os móveis da Tidelli me remetem à área externa, alegria, brasilidade. Então surgiu a ideia da composição, marcada pela presença absoluta do verde – no tom e também nas plantas -, do chão ao teto”, admite a arquiteta.
A profissional cobriu o chão de folhas, bem como revestiu o teto com papel de parede estampado com desenho de palmeiras, selecionou cortinas Tidelli tecidas por meio da técnica macramê, estas foram instaladas nos dois lados do ambiente.
Reforçou ainda o artesanato incluindo na decoração vasos de cerâmica e cestarias para guardar mantas.
“Busquei trabalhar lançamentos como as mesinhas laterais, de centro produzidas com materiais mais naturais – as pedras e a madeira. As peças tramadas, como o tapete verde que demarca o espaço, a cortina e os balanços Concha, em degradê de cordas, desenvolvidos exclusivamente para o espaço”, complementa.
Mais Conforto
Em um espaço de 55 metros quadrados, o arquiteto Marcelo Salum procurou traduzir todo o conforto de uma casa.
A escolha das peças, das cores e texturas dos tecidos revela todo o aconchego de um lar.
Aliás, o ponto de partida para este projeto foi o conforto.
“Esta é a sensação que procuramos trazer para os visitantes”, diz o profissional.
Fazer um espaço numa vitrine que tem uma loja ao fundo é sempre um desafio.
Por isso, para destacar os ambientes, de tal forma que remetessem aos de uma casa, Salum optou por criar o que ele chama de pequenos casulos que lembram o desenho infantil.
São duas águas e uma fachada para acomodar três espaços: sala de jantar, estar e um quarto.
Assim, as pessoas conseguem ter a noção e visualizar a atmosfera de uma casa em toda dimensão da vitrine.
A estrutura abraça os cenários individualmente.
Tapetes vestem o piso, aquecem enquanto demarcam o fluxo interligando os espaços.
Com a chegada da estação que traz as temperaturas mais baixas, as texturas próprias ao clima tem a finalidade de convidar ao toque.
“Por isso escolhemos tecidos com características mais aveludadas, que têm tudo a ver com os dias de inverno”, pontua Salum.
O mobiliário também acompanha a linha do conforto, com formas orgânicas, arredondadas, mais curvas – livre de cantos – tendência forte na decoração, segundo o arquiteto.
“A paleta de cores revela tons de verde, bege, mas com a predominância do lilás, por isso definimos o espaço como Casa Lilla. O resultado da proposta é um ambiente pensado para pessoas livres e que primam pelo máximo de conforto.”
Por fim, os espaços ficam em exposição na loja Bellacatarina, em Florianópolis, até o final do mês de setembro.
Celina Mello Franco
Liliane Abreu