Apartamento em Porto Alegre tem proposta globalizada no Projeto assinado pela arquiteta Camila Cavalheiro mescla elementos de diversos cantos do mundo
Cosmopolita e funcional, este apartamento localizado em Porto Alegre tem referências catalãs, nórdicas e muitas pitadas de brasilidade por cada canto de seus 97 metros quadrados de área total.
O projeto assinado por Camila Cavalheiro traz muito da personalidade dos moradores: um casal, com filho pequeno, que viveu por uma década em Barcelona e voltou para a capital gaúcha no ano passado, após ter viajado pela Europa, norte da África e meio oriente, de onde trouxe inúmeros móveis e objetos.
“Mesmo que com todos os objetos oriundos do Exterior, busquei dar uma identidade local ao trabalho. É bonito quando você olha um projeto e sabe onde ele está localizado, você percebe que houve uma preocupação em não estar totalmente alheio ao contexto”, destaca a arquiteta.
Características sutis imprimem a atmosfera do Brasil em meio às designações estrangeiras, como a vegetação tropical – samambaias e costelas-de-adão pela sala e palmeiras no pátio interior.
No estar de 23 metros quadrados, em contraste com as alusões mais rústicas e informais – como a parede revestida com tijoletas fabricadas em uma olaria de Porto Alegre com as dimensões, texturas e cores desejadas pela arquiteta.
O clima nórdico também aparece no minimalismo do branco presente no sofá principal e no mármore do tampo da mesa e da lareira ecológica.
Do Marrocos, vieram o tapete killim matrimonial (tecido pela noiva marroquina antes de seu casamento), as almofadas de killim e os pufes de couro.Candelabros e cama indiana dão o tom asiático à mistura pantopolista.
“A mesa e o banco foram feitos para se adaptar à planta da sala, que é muito difícil de mobiliar com peças do mercado. Perderíamos muito espaço com as larguras padrão no jantar, então foram desenhados mesa e banco especialmente estreitos e alongados”, detalha Camila.
Uma das estrelas do projeto são as portas de correr desenhadas pela arquiteta, com a ideia de preservar a intimidade – o interior da cozinha – sem privar o hall da luz natural. Para isso, as duas folhas foram estruturadas com ferro negro, além do transparente policarbonato alveolar.
Sem desperdiçar materiais, do ipê reciclado dos marcos das antigas aberturas foi feito um banco com pés também em ferro.
A natureza tropical também surge na suíte, onde o papel de parede tem palmeiras estampadas.
Além disso, a decoração inclui muitos materiais orgânicos: madeira, sisal, palha e cortiça.
A cozinha, igualmente trazida de Barcelona, foi customizada para o novo espaço e traz referências nórdicas no uso da madeira e da cor branca.
Não há azulejos, e o splashback (revestimento impermeável para as áreas do fogão e da pia) é feito de compensado naval revestido por fórmica branca.
Com furinhos para o encaixe de prateleiras, barras e ganchos se movem de acordo com as necessidades do usuário.
Candelabros vietnamitas de bambu transformados em luminárias finalizam o projeto com espírito universalista.
Celina Mello Franco
Liliane Abreu