Elas têm em comum uma incrível alegria de viver e um talento que encanta: são artistas da pintura em porcelana.
Edith Farjalla e Maria Augusta Rebouças, cada uma com seu estilo, imprimem personalidade em tudo que tocam. E pasmem, uma tem 86 e a outra 87 anos de idade.
Edith começou a pintar ainda solteira, antes de fazer um concurso para taquígrafa de um órgão federal. Logo, logo se tornou secretária do ministro Tancredo Neves e foi morar em Brasília. Quando casou, mudou-se para Recife e voltou a pintar, mas procurou um professor para aprimorar a técnica.
Antes da pandemia reunia-se uma vez por semana com outras amigas que também pintam, mas no momento seu tempo livre é dedicado a outro interesse: o crochê. Mas se engana quem pensa que ela faz paninhos, cachecóis, barras de toalha.
“Estou preparando jogos americanos com linha bem grossa e colorida para a nova loja da minha filha, Fernanda Pessoa de Queiroz, a Lá em Casa“, conta ela.
Com um bom gosto invejável e uma elegância inata, Edith está sempre sendo chamada para fazer decorações de festas e arranjos de flores incríveis.
“Em Recife comecei a bordar tapeçarias e minha cunhada Maria Digna quis juntar-se a mim. Abrimos a Casa Caiada (nome de um bairro de Olinda) e chegamos a ter mais de duas mil bordadeiras. Foi um enorme sucesso, fizemos várias exposições“.
Depois disso Edith ainda abriu uma loja, Vivenda, de móveis e objetos de decoração. De volta ao Rio teve a ideia de abrir outra loja, a Alfazema, no Shopping da Gávea.
“Todos os lojistas se conheciam e era uma alegria diária.” Quando fechou, no fim dos anos 1990 ela passou a dedicar-se mais à pintura e decorações.
“Sempre fiz desenhos figurativos, com flores, passarinhos, e já pintei até cópias de Imari. Fiz vários aparelhos de jantar por encomenda.”
Meio mineira, meio paulista e há tempos uma paulioca, Maria Augusta Rebouças tem uma história divertida com a pintura em porcelana.
“Foi em 1987 e eu estava na casa de uma amiga quando ela tirou um aparelho do armário e começou a pintar. “Eu não tinha interesse nenhum em pintura de porcelana, nunca tinha pegado em pincéis, mas quando vi pensei “eu vou fazer também”. Entrei num curso e depois tive vários professores, mas aprendi em casa mesmo, pintando, errando e melhorando.“, conta ela, que morou em Lisboa e Paris.
Suas opções são ecléticas, vão de reproduções de Klimt, Matisse, Escher, passando por Botero e Hundertwasser. Mas sua preferência são as formas geométricas, que desenha à mão livre com maestria surpreendente.
De novo a pandemia, mas fazer o quê? Ela, sempre ela, interrompeu a rotina da artista que dava aulas todas as terças, quartas e quintas de 14 às 17 horas.
“Estou há cinco meses sem dar aulas mas acho que vou recomeçar, com todos os protocolos: máscara, sapato na porta, chinelinho para trocar, e bolsa num lugar pré-deteminado. Antes eu recebia muitas encomendas, mas a crise afastou um pouco os clientes. Já cheguei a pintar aparelhos de 350 peças“.
Sempre procurando o original e o diferente, Maria Augusta usa o computador para fazer os desenhos e tem um site bem fornido de informações e imagens. Mais moderna impossível! . E vai bem obrigada. Nada na piscina do clube sempre que pode, lê bastante e vê filmes.
Mirem-se no exemplo. Eles não ficam do sofá pra cama.
Pintam o sete!
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