A Londres trepidante, a Swinging London (millenials, se chegarem até aqui, podem ver o significado no Google), celeiro da criatividade em todos os setores, viu nascer uma pequena loja na King’s Road em 1972 onde trabalhavam apenas três pessoas. Começava ali o império de Tricia Guild, a toda poderosa designer de tecidos, com showrooms em mais de 80 países. Hoje a flagship da marca continua na mesma rua, mas emprega 280 funcionários.
Com muitas ideias na cabeça ela não conseguia encontrar o que queria. Então, com a cara, a coragem e pouco dinheiro, começou o seu negócio para divulgar um novo conceito, um olhar contemporâneo sobre o lifestyle e descobriu que estava no caminho certo.
Em 1986 associou-se ao seu irmão Simon Jeffreys que funciona como chefe executivo deixando que a designer se dedique full time à criação.
Tricia explica que sua inspiração pode vir de qualquer lugar, até mesmo de um fragmento, mas os pintores, a ópera, o ballet e a natureza têm grande influência em seu trabalho. Confessa também que a Índia a inspira muito devido às inúmeras viagens que faz ao país e que as cores, texturas, os rituais estão sempre presentes em suas criações.
A mistura de cores e padronagens da Designer´s Guild encantam a cada coleção e seus livros – que já somam mais de 20 títulos – são, além de deslumbrantes, feitos inteiramente por ela e muitas vezes fotografados em suas casas de Londres e da Toscana.
Já tive a oportunidade de entrevistá-la e mediar uma palestra na Casa do Saber. Posso afirmar que a rainha das estampas foi um dos ícones mais simpáticos que conheci, sem um pingo de estrelismo. E olha que em seu currículo existe um OBE (Most Excellente Order of the British Empire) conquistado pelos seus serviços como designer de interiores, sendo também membro honorário do Royal College of Art.
Mas não foram apenas os tecidos que construíram seu império. Ao longo dos anos a marca iniciou uma divisão de cama, mesa e banho; de tapetes, papéis de parede, acessórios, cerâmicas, cobertores, quilts e fragrâncias para casa. Quem sabe esqueci algum?
Em colaboração com a La Durée em Paris desenhou uma seleção de caixas icônicas para os famosos macarrons e a Bisazza, marca italiana de azulejos, interpretou estampas da Designer´s Guild em seus produtos.
Seu último livro, Moody Bloms, o 20º de sua carreira que já festejou 50 anos de sucesso, foi lançado em maio e coincidiu com o Chelsea Flower Show.
Preparem-se porque a coleção de outono já está nas lojas e alguns produtos são eco friendly: feitos de garrafas de plástico recicladas. Atenção às cores. Estão cada vez mais presentes, especialmente nos tapetes, subvertendo o domínio das padronagens geométricas.
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