Num piscar de olhos chegou outubro, o décimo mês.
Para mim um mês robusto, circunspecto, masculino.
Nem sei por que tenho essas sensações sobre o décimo mês do calendário Gregoriano, mas sempre me pareceu bastante sóbrio, apesar de ser o mês das crianças e de Nossa Senhora Aparecida.
No finzinho tem ainda o Halloween (Dia das Bruxas) agora mais divulgado entre nós, que acho até bem divertido talvez por ter passado parte da minha infância comemorando a data em Washington, onde vivi.
O “Tricks or treat” era ingênuo e todas as crianças podiam participar sem medo da corrida pelos doces. Já hoje em dia… os filmes de terror estão aí mesmo para atestar os perigos.
Essas memórias afloraram sem ter nenhuma relação com o fato que as despertou: a morte do estilista japonês Kenzo Takada que fez furor desde que abriu sua primeira loja na Gallerie Vivienne em Paris nos anos 70, a Jungle Jap.
Mais tarde abriu uma loja na Place des Victoires, que levava seu nome, Kenzo Takada, grife comprada em 1993 pelo conglomerado LMVH. Em 1999 resolveu se aposentar e em 2005 lançou-se como designer de decoração tendo participado este ano da edição de janeiro da Maison&Objet.
Nem é preciso dizer que todas queríamos uma roupa da marca, sempre alegre, colorida e irreverente. E très chère, ça va sans dire.
Também se foi outro grande nome da moda, Kansai Yamamoto, conhecido por seu estilo extravagante e por ser o criador dos figurinos do cantor David Bowie.
Na nossa área partiu o inglês “Sir”Terrence Conran, fundador das lojas Habitat e das Conran Shops, empresário visionário que revolucionou o life style inglês.
Mais nostálgica, fiquei lembrando das lojas que todo jovem da época gostava, que se espalhavam pelos arrondissements parisienses. Nada que se comparasse com as Ikeas, Zara Home e Uniqlos que hoje povoam as esquinas por onde andaram escritores famosos, nobres, burgueses e o gentío.
Elas continham tesouros simples mas extremamente prazerosos como as mil cestinhas de palha da Compagnie Française de l’Orient e de la Chine (CFOC), os panos coloridos vindos da África e do Oriente Médio que lotavam os mercadinhos da Rive Gauche, a parafernália gastronômica da Culinarion ou os objetos “terrivelmente” charmosos da Au Bain Marie.
Hoje é quarta-feira e espero que vocês viagem comigo nessa volta ao passado, que encerro aqui sem lamento, mas parafraseando Neruda, confesso que vivi.
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