POEMA ENJOADINHO
Filhos… Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-los?
…..
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!
(Vinicius de Moraes, 1954)
Por uma dessas coincidências da vida – ou do inconsciente coletivo – meu coleguinha Sergio Zobaran mudou de endereço e ganhou um Gabriel. Se você não leu a coluna Gozto, vai correndo botar as notícias em dia e reparar como nossas novas vidas se cruzam.
Hoje não tenho apartamentos incríveis para mostrar ou tendência para compartilhar, mas uma mudança na minha vida e a chegada também de um Gabriel. E de uma Letícia. E sim, antes que esqueça, de um Beagle levado chamado Paçoca. Turma completa.
Continuo no mesmo endereço, onde moro há anossssss, mas agora dividindo o espaço com outra família, do meu filho, que veio alegrar nossa vida com os seus filhos.
As mudanças começaram justo na época da pandemia, o que foi uma sorte.
Tempo para rasgar papéis, doar o que era supérfluo, organizar melhor a bagunça e abrir espaço para os novos moradores.
Nesse processo fiquei assombrada com a quantidade de matérias escritas durante 28 anos como setorista, e outras tantas desde antes da formatura, da pilha de revistas guardadas nem sei bem para quê ( que já têm, porém, um destino nobre) das pilhas de pratos, de copos, de toalhas.
Será que precisava de tanto? O mais doloroso será abrir mão de cartinhas, cartões de aniversário, fotos. Jogo fora, rasgo, guardo? Aguardo sugestões.
Adorei a ideia de postar objetos no Instagram. E quem sabe, também receber ofertas? Tenho alguns grupos e alguma coisa agradou e já se foi. Que se completem, os objetos e seus novos donos. E que sejam eternos enquanto durem, parafraseando outra vez nosso poeta Vinicius.
Um berço lindo preenche agora o que antes era quase um quarto de despejo e são os brinquedos espalhados a mais divertida visão de um cômodo incômodo. Viva!
Os livros, lidos, estão sendo doados aos poucos. Confesso que também separar-me deles é penoso. O melhor, entretanto, é abrir espaço para os novos.
Ah, detalhe importante: com a rede de proteção na janela nunca mais terei cortinas voando e molhando ou morceguinhos dando voos rasantes.
E assim vamos, ainda vasculhando caixas, acertando a nova configuração.
Com menos peso, mais vida e mais alegria.
PS: Encontrei toda a mobília da minha casa de bonecas… Será que minha neta vai gostar destas relíquias? Deixo com vocês a foto da minúscula máquina de costura – aberta e fechada.
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