De bloquinho em punho e com a companhia da premiada fotógrafa Marcia Foletto, “adentrei”, encantada, minha primeira CasaCor.
Era o ano de 1992 e eu não tinha a menor ideia do que iria encontrar. Até porque o evento teve sua primeira edição no ano anterior numa casa na Urca.
Lembro de ter cruzado com vários arquitetos e decoradores que também não tinham ideia de quem eu fosse, mas todos muito simpáticos com uma outsider vinda do mundo da moda.
Teve pipas no ambiente de Chicô Gouvêa, uma varanda marroquina do querido Pedro Paranaguá, um hall imponente feito pelo saudoso Helio Fraga e um living chiquérrimo de Geraldo Lamego.
A casa, em Botafogo, era um petit palais neoclássico e desde esse dia nunca mais parei de cobrir o evento, esperado, todos os anos, com uma alegre expectativa.
Foi-se o tempo que eram necessárias várias incursões aos ambientes passando por andaimes, gesseiros e pintores de onde eu voltava coberta de pó branco dos pés à cabeça. Nesses novos tempos tudo fica pronto bem antes da inauguração e…adeus poeira. Mas que era divertido, devo confessar que era.
Maior mostra de design de interiores, decoração e paisagismo das Américas, a CasaCor inspirou-se na Casa Foa, de Buenos Aires (em 1985), uma iniciativa de Mercedes Malbran que tinha por objetivo obter fundos para a Fundação Oftalmológica Argentina Jorge Malbran.
A iniciativa mostrou-se bastante atrativa e a franquia foi adquirida pelas senhoras Yolanda Figueiredo e Angélica Rueda abrindo as portas no Jardim Europa, em São Paulo, também com a premissa de ser um evento beneficente e cultural. Hoje está em mais de 18 cidades brasileiras além do Peru, Bolívia, Paraguai e Miami.
Tudo isso para contar que em 2020 a CasaCor Rio, um caso de sucesso, completa 30 anos capitaneada pelas empresárias Patricia Quentel e Patricia Mayer, da 3Plus.
A mostra já percorreu os mais diferentes endereços: um hotel na praia do Leblon, o moderníssimo edifício Aqwa, no Porto do Rio, uma casa no Largo do Boticário, um condomínio na Barra e até o colégio Sacré Coeur de Jesus em Laranjeiras.
Não se espantem então com números: em três décadas a CasaCor rio teve 1.232 dias, foi vista por mais de um milhão de pessoas e teve a participação de 878 profissionais que decoraram nada menos que 1.305 ambientes.
Trabalhando com pequenas equipes totalmente equipadas para dar segurança aos participantes e seguindo rigorosamente os protocolos sanitários definidos pela OMS, a CasaCor Rio vai acontecer num imóvel de 2.500 m2 no bairro do Jardim Botânico, com um terreno de 12 mil m2 de Mata Atlântica, podendo ser classificada de muitas maneiras, desde um palacete até uma mansão ou uma chácara.
Moradores do local por vários anos, o casal Jorge e Odaléa Brando Barbosa, já falecidos e sem filhos, colecionou mais de seis mil peças de arte que foram doadas ao Museu de Arte Sacra de São Paulo.
Por causa da pandemia o evento, que seria em novembro, teve que ser adiado para janeiro e pela primeira vez a mostra será híbrida, tanto presencial quanto digital, podendo os visitantes explorar todos os 38 ambientes feitos por 54 arquitetos, designers de interiores e paisagistas através de vídeos interativos e tours em 3D.
As visitas serão pré-agendadas e haverá limitação de pessoas por ambientes mas a arquitetura da casa conspira a favor, com muitas janelas e ventilação cruzada.
De 19 de janeiro a 21 de março, à Rua Lopes Quintas 497.
Mais informações no www.casacor.com.br
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