Faz de conta que estamos tendo essa conversa no sofá. Tipo, desabafo. Ando implicando com algumas “tendências” de decoração que, de tão repetidas, provocam uma monotonia insuportável nos interiores que vemos em fotos, revistas e mídias sociais.
Uma delas, as cabeceiras de cama que vão de ponta a ponta atrás das camas dos quartos. Boring…
E as formas orgânicas, que acho bonitas, mas que também promovem uma pasmaceira visual. Vamos falar então sobre o sofá, o mais agraciado com essa forma arredondada e até acolhedora, mas que está … bem, está por toda parte.


Os egípcios – sempre eles – parecem ter sido os primeiros a criar uma peça que permitisse uma conversa confortável entre amigos. A palavra sofá veio do árabe “suffah” que significa banco (alguns acrescentam o reclinável na explicação), uma peça que era basicamente um estrado com panos jogados por cima e foi sendo aprimorado ap longo do tempo. Nas casas romanas, acredite, eles eram dispostos ao redor de uma mesa baixa onde os homens se sentavam para comer e conversar. Os homens, porque as mulheres ficavam mesmo de pé…
Claro que só os ricos, os nobres e os governantes do Oriente Médio tinham a chance de possuir tal peça. Era, inclusive, usado como trono. Mas foi a necessidade de socialização e a demonstração de status que fez o sofá ir evoluindo até tornar-se um móvel indispensável em nossas casas.






Ao longo do tempo ganhou muitas adições: pés trabalhados, estrados estofados, almofadas decorativas, tudo para trazer mais conforto a quem os usava, o que só veio a acontecer na Idade Média e no reinado dos nobres franceses, os Luíses, claro… Estofados e dotados de encosto e braço, apareceram por volta do século XVII e eram utilizados também como camas.
No Renascimento eles aparecem pomposos, de linhas elegantes, com muitos entalhes, feitos de materiais luxuosos. E o Rococó, lembram desse estilo? De muitas curvas, tecidos luxuosos, brocados e seda, muita seda. Desde então tornaram-se peças indispensáveis para demonstrar o entrosamento familiar e social. Existem gravuras que mostram a peça parecendo uma poltrona king size e outras com encostos altíssimos. Na era vitoriana, era o estilo gótico que imperava com muitos detalhes exóticos e ares orientais.







Outros modelos foram sendo criados ao sabor do gosto da época e no século XX, com a Revolução Industrial, os sofás passaram a ser produzidos em larga escala devido à grande procura e para se tornarem acessíveis à população.
Sofás de madeira com medalhões de palhinha trouxeram um ar tropical à decoração, o estofamento tornou-se cada vez mais macio e confortável e os modulares vieram resolver problemas de espaço – assim como os sofá-camas. O design foi outro fator revolucionário nesse século quando surgiram peças icônicas que até hoje podem ser vistas no décor da casa.
No século XXI a tecnologia vem dominando o mercado de móveis e muitos sofás têm acionamento por controle remoto proporcionando um conforto que seu ancestral suffah jamais imaginaria ter.
Já segue a Conexão Décor nas redes sociais?
Siga o nosso Instagram e Facebook e acompanhe as novidades sobre decoração, arquitetura e arte.