LIVRARIA “TEMPO PERDIDO”
Intimista, acolhedor e contemporâneo.
Essas são as palavras que Leandro Neves usa para descrever a livraria ‘Tempo Perdido’, projetada em 52m² para a mostra CasaCor Rio de Janeiro 2017.
“A ideia do projeto foi desconstruir um espaço tradicionalmente comercial e torná-lo mais flexível a diferentes conceitos e segmentos de arquitetura. Por se tratar de uma mostra referência, parto da premissa que a livraria age como ‘um descortinar do ambiente’. Para que o grande destaque fosse além da ideia livraria cotidiana, trago um ambiente com uma pegada de lounge, onde diferentes referências se misturam e um caráter intimista e acolhedor paira em cada detalhe”, explica Leandro.
Misturando uma decoração arrojada com o ar bucólico proporcionado pelos mais diversos exemplares, o arquiteto consegue imprimir um espaço que resgata memórias e as traz para o presente.
Para relembrar o contato com o universo literário e trazer este “Q” de nostalgia, o arquiteto buscou favorecer uma ligação afetiva com os livros e que o ato de pegá-los, sentar e folheá-los, fosse espontâneo.
O espaço conta com um design convidativo e confortável para que o leitor se aconchegue em poltronas, sofá, cadeiras e bancos e permita-se viajar por meio da leitura.
Um grande sofá curvo verde e aveludado da Ovoo logo capta a atenção do visitante.
Na mesa principal, cinco cadeiras assinadas pelo designer Gustavo Bittencourt.
No espaço também há o único exemplar do banco Aro, todo feito de mármore e latão, assinado pelo O Formigueiro.
Os tons mais escuros, como marrom e preto, estão muito presentes no espaço.
Para abrigar os mais de 1500 livros sobre design, fotografia e arte, uma imponente estante com 34 nichos foi desenhada pelo arquiteto e desenvolvida em parceria com a Todeschini.
O revestimento empregado, o amadeirado Malbec Sincro, prolonga-se pelo teto e, aliado ao piso em porcelanato Portinari que imita o mármore Nero Marquina, traz unidade, sobriedade, sofisticação e elegância ao espaço.
“Como estamos em um prédio desenvolvido pelo renomado arquiteto Norman Foster, a ideia foi também buscar inspiração em seu trabalho e usar soluções que tenham afinidade com o mesmo”, afirma.
A composição do espaço é finalizada por um grande espelho, vasos da H. Stern Home e as paredes, revestidas com o atemporal tecnocimento, receberam quadros dos artistas cariocas Gustavo Romeiro, Morgana Souto Maior e obras autorais do próprio arquiteto.
A iluminação, fornecida pela DimLux, busca favorecer o aconchego e o bem-estar do visitante através de um mix de tonalidades e efeitos cênicos com as lâmpadas de filamento, proporcionando o clima necessário para o resgate de momentos nostálgicos.
Celina Mello Franco
Liliane Abreu