A ultima gota d’água que faltava para preencher minha revolta contra essa quarentena veio em forma de release. “O coronavírus já foi chamado de doença de velho ou baby remover, como um removedor da geração baby boomer, nascida entre o final dos anos 1940 e meados dos anos 1960.”
Como assim??!!
Exterminador da geração – só nos Estados Unidos nasceram mais de 73 milhões de pessoas – que cresceu vendo televisão, ouvindo os Beatles e os Rolling Stones, queimou sutiãs, abraçou a contracultura, expandiu o movimento feminista, assistiu o homem chegar à Lua, passou por guerras, (como a do Vietnã), engrossou protestos por liberdade sexual, de raça e de gênero, criou o movimento hippie e foi uma juventude enaltecida como nunca antes na história?
Depois dessa cansei, me revoltei, e cheguei a conclusão de que basta de Covid, cloroquina, faxinas e quitutes. Vou mudar o disco. Mas alto lá. Continuo em casa a maior parte do tempo.
Encontrei ontem, folheando e rasgando papéis, uma estampa da qual gosto muito e foi criada…antes dos baby boomers nascerem. Divido sua história com vocês.
Ligou o nome ao tecido?
Pois foi depois que os “indiennes”, tecidos estampados que vinham do Oriente deixaram de ser importados pelos países europeus no século XVII, que eles passaram a ser feitos em Marselha e outros lugares, inclusive na Suíça.
As estampas se dividiam em florais e narrativas sendo que as que mostravam cenas bucólicas, campestres, de personagens lendários ou de desenhos da vida cotidiana eram muitas vezes desenhadas por pintores renomados.
Esse tipo de tecido foi criado na fábrica fundada em 1750 por Christophe-Philippe Oberkampf na cidade de Jouy-en-Josas, na França, espertamente localizada nas proximidades de Versailles – de fácil acesso à nobreza e à alta burguesia, bien sûr. Daí a associação do nome do lugar ao tecido, toile de Jouy.
Atribuiu-se às qualidades químicas propícias à lavagem do produto encontradas no rio Bièvre, que passa pela cidade, a escolha do local para estabelecer a empresa. As cores encontradas nos tecidos eram especialmente delicadas: violeta, vermelho, lilás, castanho claro, púrpura e azul. Essa fábrica tornou-se uma das mais importantes do século XVIII e deixou seu nome gravado na história das artes decorativas.
Muita usada na decoração em cortinas, poltronas e colchas, a toile de Jouy também revestiu cerâmicas, papéis de parede e porcelanas. Hoje em dia a variedade de estampas se multiplica e se moderniza, tendo inclusive cenas do Brasil com paisagens do Rio, Ouro Preto, Salvador, São Paulo e Trancoso, feitas pela dupla Atillio Baschera e Gregório Kramer.
Os aficionados podem até visitar um museu inteiramente dedicado ao estilo de estampa que cativou a sociedade pré e também pós-revolucionária, por ser um produto não muito caro e com estampas que imitavam os custosos tecidos importados sendo tão duráveis e resistentes quanto aqueles.
Instalado no castelo de l’Églantine desde 1991, o museu abriga material de impressão e os desenhos antigos usados em sua fabricação além das molduras utilizadas entre 1760 e 1843. Os visitantes podem apreciar também o estilo de vida da família do empresário, o mobiliário do século XVIII, seus objetos e seus guarda-roupas.
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