Desde a infância, desenhar era um passatempo para Ani Cuenca.
Os momentos introspectivos em que desenhava aconteciam tão naturalmente que optou por estudar Arquitetura.
Depois de anos trabalhando como arquiteta foi sem pensar que o desenho voltou ao seu dia a dia e acabou virando uma atividade profissional.
De vez em quando postava alguns de seus trabalhos no Instagram até que recebeu um convite para participar de uma coletiva na LZ Studio, em Ipanema, que estava abrindo espaço para exibir obras de arte de jovens promissores.
Com a produção aumentando, Ani Cuenca percebeu que seu trabalho interessava e tocava as pessoas. E resolveu então, se aprofundar em seu trabalho e desenvolveu estilo e conceito próprio.
Seus desenhos são sempre monocromáticos. O branco entra como base, e o preto atua como o fio condutor, enlaçando as linhas delicadas que compõem cada um de seus desenhos.
As cores aparecem em detalhes salpicados, ou como fundo para as formas orgânicas e vivas do seu repertório estético, tornando o trabalho ainda mais envolvente.
Em 2015, foi convidada a fazer um trabalho para a mostra Artefacto. Porém o trabalho era muito grande e Ani tinha a limitação do papel. Foi quando decidiu fragmentar o trabalho e fez uma obra composta de 8 quadros em preto e branco, todos encaixados e pendurados lado a lado. Atém do movimento natural dos desenhos estes ganharam também o movimento das molduras.
O Resultado foi um sucesso e desde então as composições são os trabalhos mais desejados e encomendados.
Ani trabalha também com colagens de seus desenhos, onde cria vários planos dando uma extraordinária dinâmica ao trabalho. Desta forma, consegue brincar com outros elementos como fundo.
A série “Renda-se como eu me rendi” inspirada no poema de Clarisse Lispector foi toda trabalhada sobre rendas pintadas e está agora trabalhando a serie “Carnavaleando” onde tem a madeira e cores como fundo do trabalho.
Celina Mello Franco
Liliane Abreu