Com uma vibrante e diversificada vida noturna, a Lapa tornou-se o point mais festeiro do Rio. Agitada e colorida oferece seus atrativos a várias tribos. Depois de um ano de abre e fecha, parece que está querendo voltar a atrair a clientela. Mas e hospedar-se nesse bairro boêmio, já pensaram nisso? Então lá vem historinha.
Em 2014 um grupo de empresários alugou o terreno baldio por trás de uma fachada antiga e tombada que faz parte do casario local. A ideia era fazer um hostel, que chegou a funcionar durante quatro anos e foi depois transformado numa casa de eventos. Até o dia em que o empresário Helio Viana, procurado pelo arquiteto Hélio Pellegrino, autor do projeto, resolveu investir no lugar e transformá-lo num hotel convencional (mas não tanto), fazendo algumas modificações para trazer mais conforto, personalidade e destacar o estilo típico do bairro.
“Minha intenção sempre foi de manter o Chateau Lapa no mesmo padrão do meu empreendimento na zona oeste, o Chateaux Joá*. Recuperei tudo. A obra durou um ano e meio e o hotel foi inteiramente reformado e modernizado. Comprei toras de peroba do campo e fui refazendo os painéis que estavam bem danificados. O projeto arquitetônico continua o mesmo, mas aumentei o tamanho das suítes. A cozinha agora é toda de inox e temos um restaurante para 30 lugares cujo foco serão carnes nobres na grelha, por enquanto apenas para os hóspedes. Criei também uma área de 30m2 onde funciona uma galeria de arte que abriga obras de artistas de rua das redondezas e do centro do Rio. Penso também em promover lançamento de livros com noite de autógrafos e cada exposição vai durar cerca de três meses. Uma das próximas será de trabalhos do fotógrafo Joaquim Nabuco”, conta Helio Viana, que inaugurou o hotel em dezembro e comemora o sucesso no número de ocupações apesar da época complicada.
(* nota da redação: o x foi um erro da gráfica que ele resolveu deixar)
São três andares (com o térreo, quatro) distribuídos em torno de um pátio iluminado por uma grande clarabóia no teto. Os quartos – 16 – aumentaram de tamanho virando suítes ultra confortáveis, algumas temáticas como a Bossa Nova, Samba-art, Lapa e Selarón. Numa delas existe inclusive um ofurô e em todas, pinturas do artista Benedito que trabalhou com Selarón, aquele que imortalizou as escadarias da Lapa com suas composições de caquinhos de azulejos.
“Não fiz nada da minha cabeça, contratei engenheiros e calculistas, mas a decoração fiz questão de mudar. No saguão botei um piano antigo meia cauda da marca Erard, os sofás e as poltronas são coloridas e acrescentei uma mesinha para quem quiser ficar bebericando com os amigos ouvindo música. Vai ter happy hour com música ao vivo, sem equipamentos eletrônicos.” destaca. “Me inspirei no Sydney Sheldon (escritor) que encontrei uma vez e perguntei como ele descrevia os lugares onde se passavam as histórias com tantos detalhes. Ele me disse que se mudava para o destino dos personagens. E foi o que fiz. Me mudei para a Lapa para sentir como era o clima do lugar. Acho que captei bem”, explica.
As camas beliche de ferro que antes proliferavam nos quartos do hostel tiveram destino nobre: compõem os dosséis das camas de casal. Uma boa ideia já que muita coisa foi reciclada, inclusive janelas antigas que enfeitam as paredes dos quartos.
As luminárias também estão recompostas assim como os painéis super alegres de Hélio Pellegrino. As portas forradas de lã de rocha são antirruídos. Divertida é a história por trás das paredes de tijolinhos de um dos quartos. Viana pediu que o operário fosse descascando tudo mas a pessoa era muito lenta. “Fiquei sem paciência e disse que deixasse assim. E ficou ótima”. No rooftop, deque, ofurô e chaises para contemplar a vista.
Vale contar que o clima da Lapa teve também seu upgrade: lençóis, toalhas e pillowtops são da Trousseau.
Fotos: Joaquim Nabuco
Já segue a Conexão Décor nas redes sociais?
Siga o nosso Instagram e Facebook e acompanhe as novidades sobre decoração, arquitetura e arte.
Conheça também nosso Pinterest! Repleto de imagens para te inspirar.
1 comments