Agora que você já sabe tudo sobre Art Nouveau ( se não viu o post, corre lá para ficar por dentro, CLICA AQUI) publicamos a segunda parte da matéria, desta vez contando sobre o Art Déco.
E, em clima pré-carnavalesco, começamos com a escultura Chorus Line, de Chiparus.
Não tem tudo a ver?
Convidamos Marcio Roiter, fundador e presidente do Instituto Art Déco Brasil, grande pesquisador e palestrante internacional, para tirar dúvidas sobre dois estilo marcantes: o Art Noveau e Art Déco.
Essa é a segunda parte da entrevista, onde Marcio fala sobre Art Déco.
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Como se caracterizou o Art Déco, quando apareceu, onde e até quando durou:
O Art Déco, posterior ao Art Nouveau, pode ser considerado como uma reação ao “romantismo”, à feminilidade, à assimetria e fluidez do Art Nouveau.
As mudanças são bruscas.
Basta mencionar um dos novos inventos do século, o automóvel.
O Art Déco se situa entre os anos 1910 e 1950.
Na Europa, com a Segunda Grande Guerra, acaba antes, em 1939.
No Brasil, os EUA, a Australia, e muitos outros, que mesmo tendo se envolvido no conflito não tiveram campos de batalha em seus domínios, dura até meados de 1950.
A denominação Art Déco surge nos anos 1960.
Até então, era chamado de Estilo Moderno.
Ele utiliza os mesmos temas do Art Nouveau – o corpo feminino, a natureza – mas absorve a estética da máquina.
Nos USA tomou um nome que fala bastante desta proximidade com a indústria: “Streamline”.
O que é a streamline?
É a linha que em todo automóvel, navio ou avião é colocada no eixo do veículo, tentando minimizar o efeito do ar em sua movimentação para que a velocidade seja alcançada da melhor forma.

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Quais são os seus expoentes?
Extremamente francês no que tange o mobiliário, os expoentes foram muitos.
Ruhlmann tem um estilo aparentado com o século XVIII, Armand Rateau busca inspiração em Pompéia, Jean Michel Frank é minimalista, Dupré-Lafon é sofisticadamente vanguardista.







Na arquitetura, o mundo inteiro se contagia com a nova estética.
Desde 1913, com a inauguração do Théâtre des Champs Élysées , dos Irmãos Perret em Paris, até os prédios erguidos pelo Estado Novo (1937-1945) de Getulio Vargas no Rio e no Brasil, como a Central do Brasil, os Ministérios do Trabalho, Fazenda, Marinha e Guerra no Rio.
O Cristo Redentor é o maior monumento Art Déco do mundo.




No Brasil, um francês de origem, Henri Paul Sajous, mas que de 1930 a 1960 projetou em São Lourenço (o Parque das Águas), no Rio (Edificio Mesbla, Edificio da Associação Comercial do RJ, Edificios Biarritz e Tabor Loreto), em São Paulo (Edificio Rhodia, Joquei Clube), foi um dos mais famosos expoentes.




Nas Artes Decorativas René Lalique das jóias Art Nouveau se tornou o grande nome dos vasos, copos, objetos de decoração em vidro prensado e moldado, com milhares de modelos.
A empresa teve tanto sucesso que até hoje existe.


Nas esculturas, o grande nome é Chiparus que associava o bronze ao marfim.

No Brasil surgiu uma vertente só nossa, o Art Déco Nativista, que se apropriou de temas indígenas, sobretudo da Cultura Marajoara, reverenciadora das origens do nosso país.


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